Objective: To assess the association between the presence of public outlets selling fruits and vegetables and the regular intake of these foods by adolescents from public schools in the city of Curitiba, Paraná, Brazil. Methods: Data collection was carried out by a questionnaire answered by the adolescents. Regular intake was defined as eating fruits and vegetables five or more times a week. Environmental data were obtained by assessing the availability and prices of fruits and vegetables traded in public outlets within a 1.6-km radius from 30 randomly selected public schools. Results: A total of 1,232 students from 30 public schools participated in the study. 43.4% of the adolescents reported a regular intake of fruits; 67.0% of them reported a regular intake of vegetables. In the schools, fruit intake ranged from 26.8 to 68.0%, and the vegetables intake ranged from 54.8 to 82.2%. A total of 22 schools had fruit and vegetables being traded in their surroundings. Regular intake of vegetables was positively correlated with their variety (r=0.82; p=0.007). The Moran’s local index indicated low fruit intake in a high-supply region; in other three regions with low supply, there was a high intake of fruits; and there was a high consumption of vegetables in a high-supply region. Conclusions: There are differences in the supply of fruits and vegetables of public outlets in the school’s surroundings as well as in the distribution of regular intake among regions. The density of public outlets and the variety were both associated with greater intake of fruits and vegetables among adolescents of public school.
Resumo A maior disponibilidade de frutas, verduras e legumes (FLV) pode auxiliar no consumo destes alimentos. Objetivou-se investigar desigualdades demográficas e de renda domiciliar na distribuição espacial da comercialização de FLV em Curitiba, Paraná. Foram identificados 106 equipamentos de venda de alimentos listados no site da Secretaria Municipal de Abastecimento, nas 10 regionais administrativas do município. Os dados populacionais e de Renda Domiciliar das regionais administrativas foram obtidos do Censo Demográfico de 2010. Os pontos de comercialização de alimentos foram identificados e, em seguida, analisados quanto a correlação entre as regionais pelo índice de Moran. Foram avaliadas 407 barracas, em 103 equipamentos públicos que comercializavam FLV. Observou-se concentração das feiras na área central do município, com índice de Moran global de 0,99. Entre as regionais apenas uma não apresentou nenhum equipamento (Tatuquara). Observou-se concentração dos equipamentos nas regionais com maior renda (9,82/10.000 hab) em relação àquelas com menor renda (2,60/10.000 hab) (p<0,001). Existem iniquidades na oferta e na qualidade dos FLV em equipamentos públicos em regionais de menor renda, o que deve ser considerado pelos gestores ao programarem a distribuição dos locais.
Objetivou-se analisar condições de acesso à internet por adolescentes de escolas estaduais de Curitiba (PR), e identificar desigualdades de acordo com características demográficas dos alunos e renda do entorno escolar. Associações entre condições de acesso e renda investigadas por 1) modelos de regressão logística multinível para estimar as razões de chance (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%); e 2) índices de Moran Global e local. Nas escolas 1.232 alunos preencheram o questionário. O dispositivo de acesso à internet mais frequente foi o celular (75,4%), seguido do computador (27,3%) e tablet (8,4%); 81,0% referiram acessar à internet no domicílio, 25,1% redes wi-fi; 77,2% relataram acesso diário, e 53,1% dispositivo próprio. As chances de acessar à internet pelo celular (OR 1,94 IC95%1,25; 3,01), diariamente (OR 3,37; IC95% 1,38; 8,20), e com dispositivos próprios (OR 1,81 IC95%1,00-3,27) aumentaram com a renda do entorno escolar, enquanto o uso do computador foi menor nos tercis de maior renda (OR 0,61 IC95% 0,41; 0,91). Observou-se correlação espacial inversa entre renda e uso do celular (-0,26) e tablet (-0,29), e positiva para computador (0,31) e uso diário da internet (0,30). Destaca-se desigualdades nas condições de acesso à internet com características dos alunos e renda.
RESUMO Objetivo: Avaliar a associação entre presença de equipamentos públicos de comércio de frutas e hortaliças com seu consumo regular por adolescentes de escolas públicas de Curitiba, Paraná. Métodos: Informações dos adolescentes foram coletadas por meio de questionário. Considerou-se como regular o consumo de frutas e hortaliças cinco ou mais vezes na semana. Foram incluídos dados do ambiente obtidos por auditagem de equipamentos públicos de venda de frutas e hortaliças no raio de 1,6 km do entorno de 30 escolas estaduais aleatoriamente sorteadas, no qual foram avaliados a disponibilidade e os preços desses alimentos. Resultados: Participaram do estudo 1.232 alunos de 30 escolas estaduais. O consumo regular de frutas foi referido por 43,4% e de hortaliças por 67,0% dos adolescentes. Nas escolas, o consumo de frutas variou entre 26,8 e 68,0% e o de hortaliças entre 54,8 e 82,2%; 22 escolas contavam com oferta de frutas e hortaliças no entorno. O consumo regular de hortaliças esteve correlacionado positivamente com a sua variedade (r=0,82; p=0,007). O índice de Moran local indicou baixo consumo de frutas em uma regional de alta oferta e, em outras três, alto consumo de frutas e hortaliças para baixa oferta e alto consumo de hortaliças em uma regional de alta oferta. Conclusões: Existem diferenças na oferta de frutas e hortaliças dos equipamentos públicos no entorno escolar e na distribuição do consumo regular entre as regionais. Características relacionadas à densidade de equipamentos de comércio e à variedade estiveram associadas ao maior consumo de frutas e hortaliças entre os adolescentes de escolas públicas.
Objetivo: Buscou-se analisar o uso do auxílio emergencial na aquisição de insumos para o tratamento por adultos com Diabetes Tipo 1 durante o distanciamento social pela pandemia de COVID-19 no Brasil. Métodos: Pesquisa transversal, realizada em julho de 2020, no Brasil, através de um formulário online sobre dados socioeconômicos, demográficos, monitorização glicêmica e aquisição de insumos. Foi aplicado o teste Qui-Quadrado de Pearson, com análise de resíduos ajustados (p<0,05). Resultados: Participaram 472 adultos, dos quais 39,19% relataram ter recebido o auxílio emergencial do Governo Federal. Receber o auxílio estava associado a não ter ensino superior (p<0,000), morar em bairros de periferia (p<0,000), ter tido a renda reduzida durante a pandemia (p=0,001) e ter renda familiar de até 2 salários mínimos (p=0,000). A maioria usou o auxílio para o pagamento de contas básicas (57,5%) e compra de alimentos (43,8%). Conclusões: Usar o auxílio para comprar insumos do tratamento estava associado a adquiri-los com dinheiro próprio ou por doação e não gastar o auxílio com insumos estava associado a adquiri-los por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O auxílio emergencial foi utilizado para aquisição de insumos essenciais ao tratamento e necessidades básicas, especialmente em pessoas com piores condições socioeconômicas e que não conseguiram adquirir estes materiais pelo SUS.
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