A ocupação de áreas impróprias à habitação pela parcela mais pobre da população tem ocasionado uma maior exposição desta aos desastres provenientes de fenômenos naturais. O trabalho buscou caracterizar o risco social na Região Imediata de Campina Grande, na Paraíba, com o intuito de fornecer subsídios que auxiliem na gestão e planejamento ambiental da região. Foram integrados indicadores sociais e econômicos (renda per capita mensal abaixo de um salário mínimo, população total e domicílios sem abastecimento de água pela rede geral, entre outros) para elaboração de mapas, de modo a compreender o risco social. Os indicadores foram escolhidos para analisar o contexto social e econômico, além da privação de serviços essenciais. O risco social foi categorizado em “muito baixo”, “baixo”, “moderado”, “alto” e “muito alto”. A parte leste da região apresentou uma maior concentração de municípios de “muito alto” a “alto” risco social. A parte oeste mostrou-se bastante heterogênea, predominando municípios em situação de “baixo” risco social. A pesquisa realizada em escala regional fornece aporte para efetuar novos estudos em uma escala intraurbana, assim os gestores dos municípios poderão obter os resultados como uma contribuição para tomada de decisão, avaliando as áreas mais vulneráveis aos desastres.
Em todo o mundo, nações enfrentam desastres relacionados com fenômenos naturais, os quais provocam perdas diversas. Nesse sentido, é fundamental a elaboração de ações de Redução dos Riscos de Desastres (RRD), dentre as quais pode-se citar a estimativa de áreas suscetíveis a risco de desastres por inundação. O objetivo deste trabalho foi avaliar os mapeamentos de áreas passíveis de inundação na Bacia Hidrográfica do Rio Jaguaribe (BHRJ), em João Pessoa, Paraíba, Brasil, gerados a partir do modelo descritor do terreno Height Above the Nearest Drainage (HAND). Como dados de entrada, foram utilizados modelos digitais de elevação (MDEs) com resoluções espaciais de: 90 m x 90 m; 30 m x 30 m; e de 5 m x 5 m. Para validação do modelo, utilizaram-se informações apresentadas no Plano Municipal de Saneamento Básico de João Pessoa (PMSB-JP), e pontos de inundação coletados em campo. Embora haja interferências do tecido urbano, os produtos HAND obtidos se apresentaram promissores para a previsão de inundação em vários pontos da bacia hidrográfica, abrangendo até 80% dos pontos de inundação do PMSB-JP e os pontos visitados em campo, quando utilizado o MDE de maior resolução espacial. Os mecanismos de adaptação a inundações, desenvolvidos de forma precária pela comunidade visitada, evidenciaram a importância da busca pelo aumento da sua resiliência no contexto da RRD.
Os centros urbanos são compostos por uma diversidade de elementos que compõem suas paisagens e consubstanciam diferenciações social, demográfica, econômica e ambiental. O crescente aumento da população das cidades interfere no processo de uso da terra, fato que o torna decisivo na definição de riscos e vulnerabilidades a que a população está submetida. Com base nesse enfoque, o objetivo principal deste artigo consiste em identificar a vulnerabilidade socioambiental da zona urbana do município de Patos – PB a partir da espacialização e análise de indicadores sociais e ambientais extraídos por setor censitário, do Censo Demográfico do IBGE realizado em 2010. Adotou-se como referencial metodológico Alves (2006 e 2007) e Alves; Torres (2006), cujos procedimentos permitem a identificação das áreas de risco ambiental, de risco social, de vulnerabilidade socioambiental, hierarquizados em diferentes graus: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto. A utilização dessa abordagem permite manter as especificidades dos componentes físico-naturais e socioeconômicos ao mesmo tempo em que promove a sua integração. Sendo assim alguns dos setores dos bairros de Sete Casas, Novo Horizonte, Bela Vista, Morro, Liberdade, Nova Conquista, Monte Castelo possuem sua área submetida a um grau de vulnerabilidade socioambiental alto. As áreas identificadas com essa característica devem ser alvos de intervenção pública para minimizar as desigualdades existentes, além de serem áreas prioritárias para a gestão de riscos e desastres.
Diversas áreas do conhecimento têm discutido a relação dos desastres com o desenvolvimento, sendo isso importante para fomentar ferramentas de planejamento e gestão territoriais. Assim sendo, este trabalho teve por objetivo apresentar a relação existente entre os desastres relacionados com fenômenos naturais e o desenvolvimento para a redução do risco de desastres (RRD). O processo metodológico empregado foi fundamentado em revisão de literatura, sobre como os desastres podem estar associados a possíveis formas de desenvolvimento das cidades. Alguns artigos e depoimentos demonstraram que existe a possibilidade de se extrair algo positivo dos desastres, ou seja, algum tipo de desenvolvimento. Com isso, quatro casos foram apresentados onde a gestão do risco de desastre e sua ação “pós desastre” fez toda a diferença no Chile, no Japão, no Sri Lanka e no Brasil. Embora os desastres sejam recorrentes em diversas partes do mundo as nações devem aproveitar da melhor forma possível, o aporte de recursos para as fases pré, durante e pós desastre, tomando como exemplo alguns casos que obtiveram sucesso.
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