Os municípios do litoral brasileiro vêm passando por um acelerado crescimento demográfico nas últimas décadas, acompanhado pela degradação dos ecossistemas costeiros. Este estudo objetivou compreender, por meio da memória de moradores de Garopaba, município litorâneo do Estado de Santa Catarina, as alterações ocorridas em duas lagoas localizadas no centro do município, a Lagoa das Capivaras e a Lagoa Pequena. Esta última foi aterrada para a implantação de um empreendimento imobiliário, enquanto a primeira está sofrendo um grave processo de degradação. A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada por meio de entrevistas em profundidade com 25 moradores locais. Os resultados demonstram que as alterações sofridas nas lagoas e em seu entorno devem ser compreendidas paralelamente aos processos de urbanização e do crescimento acelerado do turismo de massa em Garopaba. Estes processos estão atrelados à construção de espaços para lazer para camadas média e alta e ao distanciamento dos habitantes locais destes espaços mais nobres do município. Diante deste contexto, faz-se necessária a implementação de programas de gerenciamento costeiro integrado e compartilhado com a comunidade local para minimizar os efeitos desta tendência evolutiva e recuperar as áreas afetadas, bem como a busca por novos modelos de desenvolvimento, com uma concepção ambiental e social para a zona costeira.
A zona costeira brasileira é singular por sua histórica importância socioeconômica e sua riqueza natural, onde atividades de elevado impacto poluidor coexistem com recursos ambientais de extrema importância. Na tentativa de agregar uma vertente participativa na política de gestão do território costeiro, o plano de gestão do governo federal denominado “Projeto Orla” apresenta-se como uma proposta de política pública descentralizadora e integrada. Nesse contexto, o presente trabalho buscou contribuir na avaliação deste instrumento de gestão ambiental, considerando como estudo de caso a implantação do Projeto Orla no município de Balneário Rincão (litoral sul de Santa Catarina, Brasil). A partir da metodologia de observação participante e da análise de documentos de fontes primárias, identificaram-se os seguintes aspectos: (1) a participação da comunidade no processo de gestão territorial é fundamental para garantir o atendimento das necessidades e peculiaridades de cada região; (2) a integração dos instrumentos de gestão é de extrema importância para diminuir os conflitos no uso e ocupação do território; e (3) a educação ambiental é o principal instrumento de sensibilização para a transição do modelo atual de consumo para o modelo ambientalmente sustentável.
Este relato é resultado de um processo interdisciplinar de ensino-aprendizagem, pautado em uma abordagem teórico-prática de intervenção sobre a realidade; e que admite a educação ambiental (EA) como mecanismo vital de transformação social. Tal proposta é fruto das discussões realizadas na disciplina de Educação Ambiental do PPGCA/UNESC, que consistiu em refletir sobre os problemas socioambientais de Criciúma, valendo-se da metodologia da problematização e apontando alternativas exequíveis sob o crivo de diferentes especialidades acadêmicas. A aplicabilidade das alternativas é requisito para validação dessa metodologia, que se justificou na EA como princípio norteador de uma relação mais ética entre a sociedade e o ambiente.
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