OBJETIVO: O trauma ocupa o terceiro lugar dentre as causas de morte no Brasil. Contudo, seu impacto na qualidade de vida dos sobreviventes tem sido pouco estudado no País. O objetivo do estudo foi avaliar a qualidade de vida de vítimas de trauma atendidas em unidade hospitalar de emergências, seis meses após a alta hospitalar. MÉTODOS: Foram incluídos 35 pacientes de unidade de emergência de hospital universitário de Ribeirão Preto (SP), entre 2005 e 2006. Os pacientes foram entrevistados em seus domicílios, seis meses após terem tido alta hospitalar. Foi aplicado o instrumento World Health Organization Quality of Life, versão breve, para avaliação dos domínios físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. As associações entre os escores dos domínios e as variáveis permanência hospitalar, idade, sexo e Injury Severity Score foram exploradas por modelos de regressão linear. RESULTADOS: Observou-se diminuição significativa na qualidade de vida do grupo estudado, quando comparado a amostras de pessoas normais em estudos nacionais e internacionais, em particular nos domínios físico, psicológico e de meio ambiente. O domínio relações sociais apresentou a maior média de escores, com 69,7 pontos, enquanto o domínio meio ambiente recebeu a menor pontuação (52,4), ambos na escala percentual. As variáveis associadas a domínio físico foram permanência hospitalar (p=0,02), idade (p<0,01) e sexo (p=0,03). Para os demais domínios, a análise não mostrou associação com as variáveis estudadas. CONCLUSÕES: As vítimas de trauma apresentaram diminuição nos escores de qualidade de vida. Embora o aspecto físico tenha sido o mais atingido, há evidências de que os domínios psicológico e de meio ambiente permaneceram distantes das condições ideais esperadas para a população em geral.
Este trabalho apresenta uma revisão da literatura, baseada em artigos publicados no período de julho de 2002 a maio de 2007. Procuramos analisar questões referentes a diversos tipos de traumas e suas relações com os programas de reabilitação e qualidade de vida. A revisão foi realizada a partir da consulta às bases de dados internacionais Medline, Scielo e Lilacs e os artigos selecionados foram divididos em quatro categorias, dentro de dois eixos de análise, baseados na Classificação Internacional de Funcionalidade . 1. estruturas e funções do corpo, (aspectos clínico-cirúrgicos e funcionais e validação de protocolos) e 2. atividades e participação social (aspectos psicossociais). Por fim, diante das mudanças decorrentes do trauma e baseados nos resultados e discussões que os artigos apresentam, enfatizamos a importância do trabalho multidisciplinar da equipe de reabilitação, em particular a contribuição da Terapia Ocupacional, e a necessidade de promoção da qualidade de vida destas populações, tanto nos aspectos físicos, como emocionais e sócio-familiar.
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