A dor crónica refere-se a uma dor persistente ou recorrente que dura pelo menos há três meses. A sua prevalência ultrapassa os 30% na população adulta portuguesa. As repercussões da dor crónica afetam a saúde física e mental do indivíduo e estão associadas a grande sofrimento e elevados custos socioeconómicos. A abordagem terapêutica recomendada inclui medidas farmacológicas e não-farmacológicas. Este trabalho tem como objetivo principal a revisão narrativa da literatura em relação à evidência da utilização das terapias cognitivo-comportamentais na dor crónica, inclui uma breve revisão histórica da abordagem psicológica no controlo da dor, a identificação e revisão de abordagens cognitivo-comportamentais apontadas pela evidência como benéficas na dor crónica e uma revisão das novas abordagens que têm surgido e que se revelam promissoras para o futuro da gestão da dor crónica. Os resultados apontam para uma diminuição da sintomatologia álgica crónica após a exposição a sessões de terapia cognitivo-comportamental. É apontada eficácia das terapias tanto de primeira e segunda geração, como de terceira geração, com particular destaque no mindfulness e na terapia de aceitação e compromisso. Começam a surgir também terapias digitais baseadas nos fundamentos cognitivo-comportamentais que parecem soluções promissoras para o futuro. Em suma, as terapias cognitivo-comportamentais demonstraram ser uma abordagem eficaz com benefício na gestão dos quadros álgicos crónicos.