Resumo: Expressões semióticas constituem-se por imagens carregadas de valores e conceitos que estão amplamente presentes no meio urbano e tornaram-se um fenômeno cultural da atualidade. A arte de rua é uma das formas de semiótica que tende a modificar o cotidiano social da cidade, embelezando, denunciando ou mesmo sendo incompreensível ao transeunte em geral. Este estudo, partindo de uma perspectiva histórico-social, tem o objetivo de indicar como as interferências da arte urbana produzem cultura e influenciam a construção do processo societário. Os dados foram coletados por meio de 100 fotografias feitas em municípios do Rio de Janeiro entre os meses de março de 2013 e abril de 2015 e entrevistas com 17 artistas de rua, tratadas pela análise de sentido. Os resultados sugerem que, embora exista uma codificação semiótica dominante nos espaços urbanos, a atuação dos artistas de rua expõe inúmeras outras vozes sociais que apresentam novas linguagens artísticas e atuações no espaço público que funcionam como micropolítica. Conclui-se que a arte de rua influencia a sociedade e ajuda a desnaturalizar a semiótica capitalista, democratizando as cidades e favorecendo que se entendam os locais públicos como sendo de uso comum.Palavras-chave: Arte de Rua, Criatividade, Singularidade, Ambientes Urbanos. Photographic Study of Urban Art: from ForbiddenAdventure to Political Engagement Abstract: Semiotic expressions are constituted by images which carry values and concepts that are widely present in urban areas and have become a cultural phenomenon these days. Street art is one of the forms of semiotics that tends to modify the social daily life of the cities, beautifying, denouncing, or even being incomprehensible to the passerby. This study, using a historical-social perspective, aims to indicate how the interferences of urban art produce culture in general and influence the construction of society itself. Data was collected through 100 photographs taken in cities around Rio de Janeiro State between March 2013 and April 2015 and interviews with 17 street artists studied by the analysis of meaning method. The results suggest that although there is a dominant semiotic form of codification of the urban spaces, the performance of street artists exposes countless other social voices that introduce new artistic languages and performances in the public spaces and act as micropolitics. We conclude that street art influences society and helps to denaturalize capitalist semiotics by democratizing cities and favoring the understanding of public places as places of common use.
RESUMO:Os tempos atuais têm como marca a grande circulação de informação. Jornais, revistas e TV são mídias que influenciam a sociedade e produzem subjetividade. Este estudo objetivou investigar como se veicula a informação sobre a arte urbana e os artistas de rua nos jornais impressos. Pretende-se apontar dimensões destas comunicações que fomentam um tipo de produção subjetiva que circula na sociedade sobre a arte urbana. Os dados foram coletados em dois jornais impressos de grande circulação nacional durante o ano de 2013. A análise dos dados foi feita pelo software Iramuteq, relatório Similitude de Palavras. Os resultados sugerem que as mídias apresentaram aspectos de valorização do grafite e desconsideraram o trabalho dos artistas urbanos em suas atuações sociais, ignorando aspectos da sociabilidade e da política gerada nas ruas das cidades. De qualquer forma, embora os movimentos de arte urbana estejam cada vez mais presentes nos grandes centros urbanos, interferindo e modificando o contexto social e a sociedade como um todo, o espaço dado pela mídia para estes movimentos ainda é relativamente pequeno.Palavras-chave: mídia; arte urbana; mudanças sociais; ideologia; subjetividade. ABSTRACT:In times of large circulation of news, both street art and newspapers are part of a group of elements that may reveal a kind of social subjectivity. This study is aimed to investigating the speech of the media in newspapers to elucidate how it can provide information about street art and urban artists, in order to identify which dimension of these speeches and subjectivity has been produced in society about the street art. The data in this research were collected through Brazilian newspapers of large circulation during the year 2013. The data analysis was made through the Discourse Analysis method and the Iramuteq software with two aspects: the 'cloud' and the 'similarity of words'. Our results suggest that the media praised some aspects of the graffiti art, but ignored the role of the urban artists in the social action, ignoring important aspects of sociability and politics that rise spontaneously in the streets.Keywords: street art; media; social changes; ideology; subjectivity. IntroduçãoO que era considerado pela sociedade e pelo Estado, até meados do século XX, como vandalismo ou crime, passou a ser entendido como uma forma de arte urbana, um conjunto semiótico de signos, imagens, movimentos e sinais de comunicação inscritos no cenário urbano e produzidos a partir do olhar do artista de rua. Atualmente estas práticas e produções sociais ainda são pouco estudadas pela Psicologia, talvez pelo fato das ciências ainda não se orientarem 1 Agência fomentadora da pesquisa: CAPES.
ResumoO grafite é um modo de apropriação do espaço urbano e pode ser considerado um ato de interação, produtor de sentidos e de significados sociais. Assim como os outdoors, os diversos tipos de grafite se localizam em um ambiente público de grande visibilidade. Enquanto o outdoor é aceito e previsto pelo status quo e visa criar novos consumidores, o grafite geralmente se localiza em espaços não autorizados pelo Estado e, é muitas vezes considerado um ato de vandalismo. Em nossa pesquisa pretendemos estudar algumas ressonâncias dos grafites urbanos. O objetivo desta investigação é verificar se esta forma de apropriação do espaço urbano, feita por grafiteiros, gera produção de subjetividade e resistência à lógica hegemônica do capitalismo e, também, verificar se ele produz novas referências culturais.Nossa metodologia é qualitativa e utiliza a Análise de Discurso (Resende e Ramalho, 2009) para analisar algumas fotografias tiradas de imagens grafitadas. Utilizamos como referencial teórico o conceito de resistência Foucaultiano, pois nossa hipótese diz respeito aos grafismos como produtores de um novo tipo de subjetividade e de circulação de novas ideias na sociedade.Os resultados iniciais indicam que a produção de grafites no espaço urbano promove diferentes tipos de interações intersubjetivas entre as pessoas e possibilitam diversas novas formações no imaginário social. IntroduçãoNa maioria das cidades do mundo e em diferentes épocas, as inscrições nos muros das ruas têm sido uma forma de comunicação essencialmente pública. A experiência urbana, a cultura, a cidade, as ruas estão repletas de estímulos visuais que vão se somando às memórias, percepções e
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