Parasomnia (2019), a site-specific participatory performance by Patrícia Portela (PT/BE), addresses sleep in its biological and cultural meanings while retrieving its historicity. Sleep is one of the last resistance gestures against capitalised lives, opening a gap for social change through the aesthetic dimension as an extension of arts in politics. Parasomnia raises awareness for empathy and unproductiveness by inviting spectators to take a massage and eating delicacies. Bodily senses are therefore a way to activate potentials and becomings. Often understood as weaknesses and vulnerabilities, the actions elicited—contemplating, caring, and resting—bring up a strength and a capacity to arouse the imagination and fabulation as political acts. It is also argued that dimensions such as fantasmatic, cyclicity, and subjectivity are key social outputs of Parasomnia. Allowing for a pause in a continuous stream of goals, of connectivity and consumption, and without commodification purposes, sleep may return us to a sense of our own interiority made of several layers: like a fall into the sleep that enables alterity to emerge inside the self.

O artigo estuda a viragem performativa no teatro de Mónica Calle – Casa Conveniente, em que a fala, aparentemente excluída, e a dramaturgia do corpo, em exacerbamento, se tornarão um modo de texto ausente. Para tal, comparam-se dois espetáculos, Ensaio para uma Cartografia e O Escuro que te Iluminaou as Últimas Sete Palavras de Cristo, e seus universos de criação. Propôs-se uma cartografia performativa resultante dos mapas espaciais e subjetivos desses universos, efetuando uma historiografia da companhia, discutindo uma espectadoria da estética da encenadora e textualizando as experiências do corpo. Através de uma abordagem autoetnográfica, imergiu-se, de modo teórico e prático, no pulsar, no desejo, na resistência física e espiritual e na dialética singular-coletivo – características do trabalho artístico de Calle. Em regimes de escrita distintos, o artigo divide-se em duas partes: em I analisam-se as fases de criação dos dois universos e em II desenvolve-se um ensaio comprometido de investigador-performer.