RESUMO Neste trabalho, foi avaliado o efeito de inseticidas sobre larvas de duas populações de Chrysoperla externa (Hagen, 1861)
Neste trabalho, foi avaliado o efeito de inseticidas sobre ovos de duas populações de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae). O trabalho foi realizado em laboratório (25±2°C, UR de 70±10% e fotofase de 12 horas) avaliando-se inseticidas, nas concentrações indicadas pelos fabricantes e/ou que estão em fase de pesquisa para o controle da mariposa-oriental, lagarta-enroladeira e mosca-das-frutas na cultura da macieira. Os produtos e dosagens (g ou mL do p.c. 100L-1 de água) avaliados foram: fosmet (Imidan 500 PM - 200), metoxifenozide (Intrepid 240 SC - 60), tebufenozide (Mimic 240 SC - 60), benzoato de emamectina (Proclaim 5 SG - 15), spinosad (Tracer 480 SC - 20), etofenprox (Trebon 100 SC - 150), clorpirifós etil (Lorsban 480 BR - 150) e testemunha (somente água). As pulverizações foram realizadas em ovos com até 12 horas de idade, utilizando-se torre de Potter. Avaliaram-se a viabilidade dos ovos, o período embrionário, e a sobrevivência das larvas de primeiro e segundo estádios provenientes dos ovos tratados. A toxicidade dos produtos foi determinada em função da mortalidade acumulada do predador durante o seu desenvolvimento, classificando-os conforme escala proposta pela IOBC. As duas populações de C. externa apresentaram o mesmo padrão de resposta aos produtos fitossanitários avaliados quando aplicados sobre ovos. Fosmet, metoxifenozide, tebufenozide, benzoato de emamectina, spinosad e etofenprox foram considerados inócuos, e clorpirifós etil levemente nocivo a ovos de C. externa, provocando a redução de 43,7% na viabilidade dos ovos e afetando em 20% a sobrevivência das larvas de primeiro estádio originadas dos ovos tratados.
O monitoramento da broca-do-café Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) foi realizado na cultura do café Coffea arabica L., em Lavras - MG, Brasil, no período de janeiro a junho de 1997, com o objetivo de verificar a sua dinâmica populacional na safra da cultura. Delimitou-se uma área experimental de aproximadamente 1500 m² numa lavoura de café, cultivar Catuaí Amarelo, onde foram realizadas amostragens mensais. Foram coletados frutos pendentes, os quais foram examinados quanto a presença de adultos e formas imaturas (ovo, larva e pupa) da broca-do-café e de parasitóides. Em outra área experimental, localizada no município de Ijaci - MG, formada com as cultivares Mundo Novo, Catuaí Amarelo e Catuaí Vermelho, foi realizada uma amostragem, por ocasião da colheita, determinando-se a percentagem de frutos broqueados/planta/estágio de maturação. Não foram encontrados parasitóides de H. hampei no período da safra. A precipitação pluviométrica foi o fator que mais contribuiu para o baixo crescimento populacional de H. hampei na área estudada. Com relação aos frutos maduros, observou-se uma maior infestação de H. hampei nas cultivares de Catuaí Vermelho e Mundo Novo (frutos vermelhos) em comparação com a cultivar Catuaí Amarelo (frutos amarelos).
Objetivou-se com este trabalho estudar aspectos da bioecologia da broca-do-café nas condições de cerrado do estado de Minas Gerais. Os levantamentos foram realizados em três propriedades cafeeiras nos municípios de Patrocínio e Carmo do Paranaíba, MG. Coletaram-se, mensalmente, no período de abril de 1999 a dezembro de 2000, amostras de frutos de café (três litros/amostra) em um lote experimental de aproximadamente 0,3 ha em cada propriedade. Esses frutos foram levados ao laboratório, onde foram dissecados para determinação do índice de infestação e contagens quanto às diferentes fases do ciclo biológico da broca-do-café e de seus parasitóides. Durante o período da safra, os frutos foram coletados nas plantas e, na entressafra, foram coletados frutos residuais, após a colheita, nas plantas e no solo. Mesmo com as condições climáticas predominantemente secas no período de abril a outubro de 1999, a broca-do-café encontrou condições favoráveis à sua sobrevivência. Isso contribuiu para que se observassem no final da safra de 2000 (julho/2000) populações elevadas da praga que resultaram em infestações que variaram de 15,8 a 48,4% de frutos broqueados. Não foram encontrados parasitóides da broca-do-café nas amostras de frutos coletadas nas propriedades no período avaliado. De acordo com os índices populacionais registrados em todas as fases de seu ciclo biológico, nas áreas estudadas, foi verificado que a broca-do-café encontra ambiente favorável para sua multiplicação no cerrado, requerendo, portanto, medidas para o seu controle.
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