O presente artigo tenciona aspectos observados em duas pesquisas realizadas no campo da sociologia e da geografia, ambas concentradas nas dinâmicas empreendidas por facções criminosas no Rio Grande do Sul. Por meio da metodologia hemerográfica para a análise de reportagens, a contribuição geográfica está estruturada em torno da comercialização ilegal de entorpecentes pelas facções criminosas e da importância da fronteira entre Brasil e Uruguai neste processo. No tocante a sociologia, o acesso aos dados ocorreu por meio da realização de dez entrevistas semiestruturadas junto a indivíduos cujos interesses intelectuais, laborais ou existenciais circundam o mundo do crime, objetivando significar o fenômeno das marcações feitas por ou em nome de facções nos corpos de indivíduos e em áreas urbanas na cidade de Pelotas/RS. São articulados argumentos que auxiliem a observação e análise da atividade criminal dos coletivos atuantes no estado, com enfoque às dinâmicas identitárias engendradas no extremo sul do Brasil.
O tráfico de drogas se estrutura tendo como um dos seus pilares a construção de cadeias logísticas multiescalares e, nesse contexto, o estado do Rio Grande do Sul ganha destaque no século XXI tendo em vista o crescimento dessa atividade por meio da ação de grupos organizados. Frente a isso, elencamos como objetivo geral da pesquisa analisar a formação de territórios-rede como estratégia de domínio espacial construída pelos coletivos criminais, buscando compreender os fluxos de entorpecentes ilícitos para o estado gaúcho. No que tange à metodologia, no primeiro momento, foi realizada uma revisão bibliográfica; em seguida, optou-se pelo levantamento estatístico de indicadores criminais junto à Polícia civil e Polícia Rodoviária Federal; por fim, recorremos à ferramenta metodológica hemerográfica, a qual centra-se em pesquisa documental. Como resultados, podemos compreender que a expansão dos coletivos criminais tem como premissa a estruturação de territórios-rede por meio da inserção direta de seus representantes na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Além disso, observamos que após consolidado esse processo, formam-se corredores e rotas por meio de rodovias federais e estaduais no Rio Grande do Sul, principalmente, na porção noroeste que tem como objetivo distribuir e controlar o mercado regional.
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