Resumo No limiar do século XIX, a vila de Ilhéus experimentou mudanças em seu perfil econômico, movendo-se gradativamente de uma economia voltada ao abastecimento interno a uma economia de exportação. A nova feição regional estava inserida no contexto da recuperação econômica baiana experimentada entre o final do século XVIII e o início do século XIX, momento no qual Ilhéus passa a investir em açúcar, café e cacau. O projeto de dinamização econômica destinado a Ilhéus dependia, entretanto, da construção de caminhos que conectassem a vila com diferentes regiões, assim como do controle e do uso do trabalho indígena. Nesse contexto, a estrada Ilhéus-Vitória e o aldeamento de Ferradas, localizados no eixo sudoeste desta região, impuseram-se como estabelecimentos centrais ao sucesso dos projetos públicos e privados direcionados a Ilhéus. Analiso, neste texto, os mecanismos utilizados por alguns agentes públicos coloniais a fim de realizar o projeto de dinamização econômica destinado a Ilhéus no início do oitocentos, bem como a conciliação elaborada por eles entre os interesses do Estado e suas próprias perspectivas de ganhos naquela situação histórica.
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