Este trabalho é uma revisão de escopo realizada nas bases de dados PubMed, Scopus, BIREME, SciELO e Web of Science, que incluiu publicações de dezembro de 2019 a maio de 2020, com o objetivo de identificar e sistematizar a literatura sobre a situação das pessoas com deficiência nos primeiros meses da pandemia da COVID-19. A revisão foi orientada para a busca de artigos originais, publicados em revistas indexadas e revisados por pares, além de literatura cinzenta especializada. Foram revisados 386 textos e incluídos no estudo 33 artigos e documentos. O resultado da revisão apontou três categorias temáticas que refletem as principais discussões apresentadas na literatura sobre o tema: vulnerabilidades das pessoas com deficiência diante da pandemia; direitos das pessoas com deficiência nesse contexto; e medidas de proteção e acesso à informação sobre COVID-19 voltadas para pessoas com deficiência. No contexto de emergência em saúde pública, comunidades historicamente marginalizadas, como as pessoas com deficiência, correm o risco de se sentirem mais vulneráveis, bem como sofrerem privações e discriminação nos planos de triagem de atendimento, além de preconceitos e estigmas que influenciam nas tomadas de decisão na assistência em saúde e intensificam desigualdades preexistentes, tornando esse grupo mais suscetível ao adoecimento e à desproteção social. Embora as pessoas com deficiência tenham sido reconhecidas como grupo de risco para COVID-19, houve um atraso, por parte dos governos, na construção de planos de enfrentamento à doença para essa população. São escassos estudos para a compreensão dos efeitos da pandemia da COVID-19 nas pessoas com deficiência, especialmente no sentido da efetivação de medidas de prevenção, controle e proteção que garantam a equidade no cuidado.
INTRODUÇÃO: Mecanismos fisiológicos do envelhecimento estão associados ao surgimento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) em idosos. As repercussões sistêmicas da HAS favorecem o surgimento de doenças cardiovasculares, neurológicas e endócrinas em idosos. Contudo, a associação da HAS com o maior número de doenças em idosos e consumo de medicamentos ainda precisa de respaldo científico. OBJETIVO: Verificar a quantidade de doenças diagnosticadas em idosos hipertensos e não hipertensos. MÉTODOS: Estudo transversal de dados secundários dos prontuários de idosos com cadastro ativo no Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (CREASI) em Salvador, Bahia no período de setembro de 2018 até julho de 2019. Dos 3.158 prontuários, foram identificados 2.122 idosos com diagnóstico de HAS. A coleta foi realizada por 13 pesquisadores assistentes que capturam os dados da primeira avaliação. Os dados foram analisados descritivamente com suas medidas de tendência central e de dispersão. RESULTADO: Idosos hipertensos apresentaram maior faixa etária e maior consumo de medicamento, mas o impacto da funcionalidade foi afetado no aumento do risco de quedas nestes indivíduos. CONCLUSÃO: A HAS está associada ao maior número de doenças cardiovasculares, neurológicas e endócrinas, ocasionado repercussões na vida deste idoso como maior consumo de medicamento e aumento do risco de quedas.
INTRODUÇÃO: Idosos possuem múltiplos diagnósticos com padrões de similaridade que podem ser analisados pela teoria das redes complexas. Distúrbios crônicos com repercussões na capacidade funcional tendem aumentar em número e gravidade nesses indivíduos, sendo necessária análise integrada para compreender a relação entre envelhecimento e multimorbidades. OBJETIVO: Analisar os padrões de interação entre as doenças que acometem idosos de um centro de referência. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram coletados dados clínicos e doenças diagnosticadas em 2973 prontuários de idosos cadastrados de um centro de referência de atenção à saúde do idoso. As doenças foram consideradas nós da rede e os idosos as arestas de modo não direcionada. O peso das arestas correspondiam à quantidade de idosos com duas doenças simultaneamente. Através do software Gephi (versão 0.9.2) foram analisados grau de conectividade entre as doenças (grau de entrada), interação das doenças em sugbrupos (Comunity), doenças mais influentes (Hubs) e doenças que atuam como pontes entre duas ou mais comunidades. RESULTADOS: Foram identificados 30 nós (doenças) e 433 arestas com pesos distintos de acordo com a quantidade de idosos, e 3 comunidades onde o grau de conectividade é maior entre si. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) apresentou-se como o Hub de maior influência na rede. CONCLUSÃO: A construção da rede complexa mapeou as doenças e a influência na assistência ao idoso. Informações relevantes para os gestores locais, na busca de intervenções efetivas no serviço que visem contribuir para prevenção das principais comorbidades e auxiliar na independência funcional dos pacientes.
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