Resumo Este estudo descreve uma pesquisa qualitativa, interfaciando dois campos -gerontologia e musicoterapia -, em uma metodologia interativo-dialógica -com dez indivíduos ligados
Este artigo buscou identificar o perfil da atenção dispensada aos idosos na saúde a partir da escuta de 39 representantes dos conselhos de saúde dos municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), conforme executado hoje e desejável para 2030. Para tanto, utilizou-se o método Delphi para obtenção de consensos, assim como técnica de análise de conteúdo e discurso social com apoio do software NVivo. Os discursos sociais mostram que hoje são incipientes serviços e ações de saúde, faltam recursos humanos, há descontentamento com esferas de poder e com a forma de seleção dos funcionários, além de serem reconhecidas falhas em capacitação e morosidade na implementação de serviços. Para 2030, há o desejo de melhores espaços coletivos e de qualificação pessoal, maior articulação e comunicação entre e nas secretarias, e escuta qualificada às necessidades e experiências dos mais velhos. Conclui-se que, se nada for feito, dificilmente o quadro mudará em futuro próximo, até porque os representantes não se mostram preparados ou empoderados para exercer a gestão dos serviços públicos de saúde, principalmente em face do crescente contingente que busca serviços de saúde.
Resumo: Como a mídia aborda o suicídio de idosos? E o que as notícias sobre suicídio de idosos nos dizem? Estas foram as perguntas que guiaram esta reflexão, que se debruçou sobre matérias de suicídios de idosos publicadas na mídia nacional, entre abril de 2010 e abril de 2013. Observamos que a palavra "suicídio", até pouco tempo atrás "aquela-que-não-deveria-ser-nomeada" na imprensa, aparece na maior parte das notícias, no título e nos textos, demonstrando que o suicídio, como problema de saúde pública, afasta-se do campo privado para ocupar e compor o espaço público. Constatamos que entre as principais situações de risco que levam os idosos a cometer um "gesto de comunicação" extremo estão os efeitos de uma política econômica recessiva e o prolongamento da vida sem dignidade, mediante o medo da dependência e do provável "trabalho" aos demais; situações que indicam serem essenciais o desenvolvimento e o fortalecimento das redes de suporte social. Palavras-chave: mídia, suicídio, idosos, riscos, suporte social. As recomendações contidas no manualComportamento suicida: conhecer para prevenir, dirigidas a profissionais de imprensa (Botega, 2009) sobre como abordar o suicídio são uma espécie de livro de receitas sobre notícias ou reportagens envolvendo o suicídio. Destacamos, entre elas, as seguintes: a) A percepção de que a imprensa ficcional e não ficcional pode influenciar o suicídio é antiga. Goethe veio a público se defender, pois, aparentemente, uma centena de jovens cometera suicídio após a publicação de seu livro "Os sofrimentos do jovem Werther", em 1774. Alguns estavam vestidos ao estilo da personagem principal do livro, ou adotaram o mesmo método de suicídio, ou o livro foi encontrado no local da morte. Nesse romance, o protagonista se apaixona por uma mulher que não está ao seu alcance, e decide tirar a própria vida. O fenômeno originou o termo "Efeito Werther", usado na literatura médica para designar a imitação de suicídios. b) Quando o suicídio for notícia (e esse critério varia entre os órgãos de imprensa), sugere-se reportagem discreta, cuidadosa com parentes e amigos enlutados, sem detalhismo exagerado do método suicida, notadamente quando o falecido era celebridade, ou pessoa muito estimada localmente. Acredita-se que carregar a reportagem de tensão, por meio de descrições e imagens de amigos e de familiares impactados, acabe por encorajar algumas pessoas mais vulneráveis a tomar o suicídio como forma de chamar a atenção ou de retaliação contra outros. c) Também não é recomendável abordar o suicídio unilateralmente como algo "normal", "compreensível", um ato de "livre-arbítrio" (basta observar o alto índice de transtornos mentais entre os falecidos). Ao invés disso, quando pertinente, seria melhor relatar uma história de sofrimento e investigar a possível contribuição de um transtorno mental no desenlace fatal. Lembrar, nesse ponto, que pessoas poderão ser ajudadas pela reportagem, caso obtenham uma descrição dos sintomas de uma doença mental ligada ao suicídio e uma relação de lugares onde poder...
RESUMO O estudo foi desenvolvido por meio de um recorte da pesquisa: 'Quem cuidará de nós em 2030?'. Sob a ótica dos conselheiros de saúde buscou-se compreender a percepção sobre os serviços oferecidos hoje e os que seriam necessários em 2030 para os idosos. Ao serem questionados sobre possíveis direcionamentos de ações para os dias de hoje e para 2030, a construção e aperfeiçoamento de espaços de convivência foram os mais citados pelos sujeitos. Há clara preferência por programas que propõem fortalecimento de vínculos familiares e comunitários com atividades sócio-ocupacionais e de lazer. Foi percebido que no campo das ações preventivas muito ainda deve ser articulado para garantir qualidade nos serviços. PALAVRAS-CHAVE
Sabendo-se que a participação da comunidade contribui em nível local para a formulação de estratégias e controle da execução das políticas de saúde, o objetivo deste estudo consistiu em apresentar as opiniões de Conselheiros atuantes na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) sobre como gostariam de ser cuidados em 2030, marco temporal em alusão à própria velhice. Adotamos o método descritivo para interpretação de entrevistas semiestruturadas conduzidas com 39 sujeitos voluntários. Além de revelar o perfil sociodemográfico do Conselheiro de Saúde da RMSP, identificou-se que os entrevistados adotaram, de forma não diretiva, três outras categorias significativas em suas falas além do ‘como ser cuidado’, a saber: ‘por quem’, ‘onde’ e ‘quando’. As opiniões colhidas refletem uma carga de idealização e contraste com o cuidado que se entende ser direcionado pelo SUS ao idoso na atualidade.
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