Introdução: O COVID-19 é uma doença respiratória infecciosa com predileção pelo sistema cardiopulmonar e vascular, porém causa sequelas de forma multissistêmica, envolvendo inclusive aspectos psicológicos do paciente. Como muitos indivíduos acabam precisando de cuidados em unidades de tratamento intensivo e esses pacientes têm relação com maior incidência de complicações (como disfunção muscular periférica e respiratória e comprometimento cardíaco), a retomada de suas funções rotineiras e a qualidade de vida mostram-se comprometidas, justificando a importância e necessidade de reabilitação com equipe multidisciplinar. Objetivo: Descrever o perfil clínico epidemiológico dos pacientes pós-COVID-19 e avaliar os efeitos da reabilitação cardiopulmonar na saúde destes pacientes. Método: Foram avaliados 63 pacientes que tiveram diagnóstico confirmado de COVID-19 encaminhados para a reabilitação cardiopulmonar. Os pacientes foram submetidos a avaliações por meio de questionário clínico epidemiológico e testes sendo estes: saúde cardiopulmonar (teste de caminhada de 6 min) e atividades de vida diária (Medida de Independência Funcional), antes e após o programa de reabilitação fisioterapêutica cardiopulmonar. O programa de reabilitação centrado no paciente e adaptada às necessidades individuais do paciente teve duração média de 12 seções equivalentes a 6 semanas de reabilitação. Resultados: Dos pacientes encaminhados para a reabilitação cardiopulmonar pós-COVID-19 a maioria eram do sexo feminino (53,97%). A média de idade dos pacientes foi de 61,6 anos, e as principais comorbidades prévias identificadas foram HAS (hipertensão arterial sistêmica), seguida de obesidade, tabagismo, doenças do sistema respiratório e com a diabete mellitus aparecendo em 5° lugar. A maioria dos pacientes em reabilitação que apresentaram comorbidades eram do sexo feminino. Em relação a gravidade da doença 50,79% dos pacientes em reabilitação necessitaram de internação hospitalar, e dentre estes 54,54% foram do sexo feminino. Quanto ao MIF, os pacientes demonstraram algum grau de independência na reavaliação, quando comparados ao momento da avaliação, principalmente nos aspectos cognitivos e motores. Por fim, os pacientes também foram avaliados quanto ao TC6, onde demonstraram melhoras nas médias de metros percorridos, quando comparados desempenhos na avaliação e reavaliação. Conclusão: A partir dos resultados apresentados, verificamos que os pacientes pós-COVID-19 que realizaram a reabilitação cardiopulmonar tiveram melhora na capacidade funcional cardiorrespiratória, respaldando a eficácia e a necessidade dessa terapêutica nos pacientes que foram mais comprometidos pela doença.
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