O objetivo deste artigo é apresentar a influência do artigo Más allá del análisis del discurso de Slavoj Žižek no texto de 1992 de Ernesto Laclau, Nuevas Reflexiones sobre la Revolución de Nuestro Tiempo. Por meio de uma análise do artigo de Žižek abordaremos a primeira parte do texto de Laclau, em que é afirmada a influência direta de Žižek. Em seu elogio à Hegemonia e Estratégia Socialista (1985), Žižek apresenta o ponto de convergência entre a teoria do discurso e a psicanálise lacaniana. Analisando a questão do antagonismo e das posições de sujeito, Žižek abre caminho para a abordagem presente na primeira parte de Nuevas Reflexiones sobre la Revolución de Nuestro Tiempo, ao tornar necessário uma discussão pontual acerca dos limites do antagonismo e do papel do sujeito no processo hegemônico, tornando possível a afirmação da importância do termo “deslocamento” para a teoria do discurso.
O objetivo deste ensaio é investigar a influência da teoria da diferença ontológica de Martin Heidegger para o desenvolvimento da filosofia política de Ernesto Laclau (1935-2014) e Chantal Mouffe. A partir do comparativo Schmitt-Heidegger será possível estabelecer uma linha de pensamento que caracteriza a formação política baseada na diferença ontológica heideggeriana e, com isso, estabelecer semelhanças e dessemelhanças no que tange ao desenvolvimento da teoria do discurso, de acordo com o terreno das práticas articulatórias, em acordo com o projeto de Laclau e Mouffe. A utilização de Carl Schmitt no artigo corresponde a uma troca de cartas entre Heidegger e Schmitt, apontada por Sá (2015), na qual é possível notar uma influência mútua especialmente na teoria política de Heidegger. Do mesmo modo, apontaremos como as obras separadas de Chantal Mouffe e Ernesto Laclau se aproximam ou se distanciam do jurista alemão, dada a importância do desenvolvimento de seu conceito de “político”.
Este ensaio pretende problematizar a teoria do populismo de Ernesto Laclau (1935-2014) diante dos frequentes tratamentos caricatos do termo que acabam por reduzi-lo a uma espécie de ameaça generalizada ao campo político. Laclau delimita o terreno democrático no qual uma construção não essencialista do político como populismo se inscreve utilizando, para tanto, ferramentas retóricas. Neste sentido, a relação entre populismo e democracia será abordada de duas maneiras: primeiramente, considerando as interpretações mais recentes de Nadia Urbinati (2019) e Pierre Rosanvallon (2020) e, em seguida, a partir do conceito de “parresía”, presente nos dois últimoscursos de Michel Foucault (1926-1984) no Collège de France. A retórica aparece como uma característicaconstitutiva da má parresía e, ao mesmo tempo, como a possibilidade oferecida por Laclau da significação do povo e do social como objetos coerentes. Neste contexto, buscaremos explicar como o populismo, situado entre a democracia e a verdade, pode ser considerado sinônimo de má parresía e quais os reflexos desta caracterização na teoria do populismo de Ernesto Laclau.
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