de São Carlos vem construindo procedimentos e recursos que têm produzido aportes para a ação de uma Terapia Ocupacional Social fundada na dimensão territorial e comunitária, com vistas a uma contribuição técnica radicada localmente e direcionada ao enfrentamento dos desafios do campo social. A noção de território adotada pressupõe as dimensões históricas, econômicas, sociais e culturais que contextualizam um determinado espaço geográfico no qual se desenvolve a ação terapêutico-ocupacional. Temos lidado com as questões relacionadas à juventude pobre urbana e trabalhado na produção de tecnologias sociais (compreendidas como produtos, técnicas ou metodologias replicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem alternativas para a transformação social), as quais têm sido capazes de fomentar novas possibilidades de atuação, integrando e articulando ações de abrangência macro e microssocial. Discutimos aqui: Oficinas de Atividades, Dinâmicas e Projetos; Acompanhamentos Singulares e Territoriais; Articulação de Recursos no Campo Social e Dinamização da Rede de Atenção. Defendemos a reflexão crítica e contínua acerca do processo de trabalho, tomando como pressuposto as dimensões técnica, ética e política que compõem a formação e habilitação profissional do terapeuta ocupacional; igualmente, que a existência prática e conceitual dessas tecnologias promova ações articuladas à questão social colocada para a vida desses jovens, na direção do alargamento do seu espaço na esfera pública, da ampliação da igualdade e do reconhecimento das diferenças, para que se produzam mais participação com mais liberdade, mais autonomia com mais solidariedade. Cidadania, Direitos, Adolescentes, Juventudes, Terapia Ocupacional Social. Palavras-chave: Resources and technologies in Social Occupational Therapy: actions with the poor youth in townAbstract: The METUIA team from the Occupational Therapy Department of the Federal University of Sao Carlos -UFSCar has been elaborating procedures and resources, which have produced contributions to the action of occupational therapy based on a local and communal dimension, aiming at a locally rooted technical contribution and directed to face the challenges of the social field. The territory notion adopted presupposes historical, economic, social and cultural dimensions that contextualize a given geographical area where the therapeutic and occupational action is developed. We have been dealing with questions related to the poor urban youth and working in the production of social technologies (understood as products, techniques or replicable methodologies developed in interaction with the community, and that represent alternatives for social transformation), which have been able to foster new possibilities of action, integrating and articulating actions of macro and micro social scope.
ResumoEste trabalho problematiza, a partir de uma perspectiva sócio-histórica, formas de enfrentamento à violência a que estão submetidos adolescentes e jovens de grupos populares urbanos no Brasil. Considera-se a violência como um fenômeno complexo de grande relevância para diversas instâncias sociais. A vulnerabilidade daqueles adolescentes e jovens, expressa por inúmeros índices relacionados à violência, tem alcançado patamares alarmantes no nosso país, num contexto de políticas públicas que são, em grande parte, insuficientes, fragmentadas e/ou inadequadas. Assim, apresenta-se o relato e a análise de uma intervenção social calcada na educação e na defesa dos direitos decorrentes da cidadania, para adolescentes e jovens vulneráveis socialmente, tomando-se como referência uma região composta por bairros pobres e carentes de infra-estrutura social numa cidade média do interior do estado de São Paulo. Trabalhou-se em diferentes projetos com ações pautadas na abordagem interdisciplinar, por meio de três eixos bases: Violência Escolar; Violência Urbana; e Violação de Direitos e Comunidade. Os resultados alcançados refletem elaborações coletivas acerca das ações destinadas aos jovens de grupos populares urbanos e suas alternativas, buscando produzir estratégias de enfrentamento dessas questões em espaços públicos, desde a instituição escolar historicamente constituída para essa população, assim como as instituições mais recentes que respondem à lógica contraditória e complexa da assistência ao direito. Cria-se, portanto, subsídios para políticas públicas cujo impacto se dê na direção de promover a diminuição da desigualdade, da discriminação e da violência a que está sujeita a maioria dos adolescentes e jovens no Brasil.
Discute-se uma experiência, na forma de Oficinas de Atividades, com jovens de uma escola pública. Trata-se de ações que decorrem de atividades de extensão universitária, caracterizadas por intervenções que buscam o exercício de metodologias participativas, fundamentadas na defesa de direitos que compõem a cidadania. Com o apoio dos pressupostos teórico-metodológicos da terapia ocupacional social e da educação para a liberdade defendida por Paulo Freire, as Oficinas de Atividades têm se constituído como uma tecnologia social de aproximação, (re)construção de projetos e ampliação de redes de suporte junto a jovens advindos de grupos populares urbanos em situação de vulnerabilidade social. O acúmulo dessas experiências tem nos oferecido subsídios para a discussão acerca da implantação desses dispositivos nos espaços da educação formal, com vistas à construção de propostas socieoeducativas fundadas em bases democráticas que carregam um movimento de tensionamento do ordenamento vigente, contribuindo para o enfrentamento de problemáticas sociais contemporâneas.
RESUMO: Trata-se de discutir a necessidade de intervenções sociais calcadas na educação e na defesa dos direitos decorrentes da cidadania, para adolescentes e jovens vulneráveis socialmente, tomando-se o caso da escola pública no Brasil. O Projeto METUIA tem trabalhado na construção de bases teóricas para a elaboração de programas terapêutico-ocupacionais na área social, bem como na sua experimentação prática. A partir de experiências e estudos desenvolvidos pelo Núcleo UFSCar do Projeto METUIA, com relação à violência na e da escola pública, especialmente a de ensino médio, defende-se a ampliação da atuação da terapia ocupacional no campo da educação incorporando questões pertinentes à maioria dos estudantes brasileiros no ciclo básico. Parte-se do pressuposto que a terapia ocupacional espelha o que seus profissionais pensam e produzem e a forma como se posicionam politicamente frente às questões sociais que a eles se colocam. Seus métodos estão condicionados a determinadas problemáticas que são percebidas e incorporadas como de sua responsabilidade e para as quais se articulam possíveis soluções. A desigualdade, a pobreza são problemáticas relevantes no bojo da questão social brasileira, adquirindo configurações que requerem uma revisão imediata das profissões e das pertinências do papel profissional.
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