CONTEXTO: O uso do pericárdio bovino como remendo na endarterectomia de carótida é uma alternativa à veia safena magna. As vantagens do pericárdio incluem facilidade de obtenção, menor tempo operatório e principalmente menor índice de ruptura. OBJETIVO: Avaliar a resistência tensional do pericárdio bovino tratado com glutaraldeído e compará-la com a da veia safena magna. MÉTODOS: Os remendos de pericárdio bovino (grupo I, n = 20) e de veia safena magna (grupo II, n = 20) foram recortados em dimensões iguais (50 x 5 mm) e preparados de modo habitual a sua utilização. Os grupos foram submetidos a ensaio de tração e comparados em relação a força de ruptura, força máxima e tensão de ruptura utilizando-se o teste t de Student. A correlação da espessura do remendo com a força de ruptura também foi analisada utilizando-se o coeficiente de correlação linear de Pearson. RESULTADOS: Os parâmetros força de ruptura e força máxima foram significativamente maiores no grupo dos remendos de pericárdio bovino: 1,97 versus 1,36 kgf (p = 0,001230) e 2,27 versus 1,51 kgf (p = 0,0001087), respectivamente. A tensão de ruptura média para o material pericárdio bovino também foi maior (193,99±43,05 versus 49,19±22,96 kgf/cm², p = 7,603e-16) do que na veia safena. A correlação entre a espessura e a força de ruptura foi considerada moderada (r = 0,5032993) para o pericárdio bovino e baixa (r = 0,3062166) para o grupo da veia safena. CONCLUSÃO: Os autores concluem que a resistência do pericárdio bovino à ruptura foi considerada adequada neste estudo, e é significativamente maior que a da veia safena magna, retirada da região da coxa. Além disso, a espessura do remendo em ambos os grupos não apresenta boa correlação com sua resistência a ruptura.
Resumo A ultrassonografia vascular com Doppler é um método não invasivo útil no diagnóstico e planejamento terapêutico da doença oclusiva das artérias podais. A artéria pediosa dorsal é a continuação direta da artéria tibial anterior e tem trajeto retilíneo no dorso do pé, dirigindo-se medialmente ao primeiro espaço intermetatarsiano, onde dá origem a seus ramos terminais. A artéria tibial posterior distalmente ao maléolo medial se bifurca e dá origem às artérias plantar lateral e plantar medial. A plantar medial apresenta menor calibre e segue medialmente na planta do pé, enquanto a plantar lateral é mais calibrosa, seguindo um curso lateral na região plantar e formando o arco plantar profundo, o qual se anastomosa com a artéria pediosa dorsal através da artéria plantar profunda. A avaliação das artérias podais pode ser realizada de maneira não invasiva com exame de eco-Doppler, com adequado nível de detalhamento anatômico.
Central venous catheters are widely used in clinical practice and are linked to many types of complications, including incorrect positioning at the time the catheter is fitted. Here, the authors describe a case in which a fully implantable catheter was inadvertently positioned in the right internal thoracic vein. The complication was identified when the nursing team attempted to use the catheter. The right internal thoracic vein is within the radiographic projection of the right brachiocephalic vein and the superior vena cava, simulating correct catheter placement on an anteroposterior radiograph. In cases of central catheter malfunction during the immediate postoperative period, work-up should include oblique and lateral views, to rule out the complication described here without a need for computed tomography.
RESUMO As estenoses graves e oclusões do tronco braquiocefálico (artéria inominada) são raras, e apresentam uma grande variedade de manifestações clínicas, com alterações relacionadas a isquemia cerebral hemisférica, vertebrobasilar e de membro superior direito. A causa mais comum é a aterosclerose. A ultrassonografia vascular com Doppler pode revelar inversão de fluxo na artéria vertebral direita, hipofluxo na subclávia, e vários tipos de alterações no fluxo da carótida direita, incluindo hipofluxo, inversão parcial do fluxo durante o ciclo cardíaco, e até mesmo inversão completa do fluxo na carótida interna, achado este bastante raro. Os autores descrevem o caso de paciente do sexo feminino, tabagista, com estenose grave do tronco braquiocefálico e crises de lipotimia. Além do roubo de artéria subclávia e do fluxo parcialmente invertido na carótida comum direita, a paciente apresentava exuberante fluxo invertido na carótida interna durante todo o ciclo cardíaco, achado este não encontrado na literatura em tamanha magnitude.
Resumo Contexto A veia safena magna é usada como material de remendo em vários tipos de reconstrução arterial, incluindo no trauma e endarterectomias de carótida e femoral. Houve relatos de ruptura do remendo de safena, particularmente de veias colhidas na região do tornozelo. Há uma necessidade de medição objetiva da resistência tecidual da safena magna. Objetivos Mensurar a força tensional suportada pela veia safena magna e analisar a correlação entre resistência e diâmetro da veia. Métodos As veias foram coletadas durante operações de safenectomia por varizes dos membros inferiores. Foram analisados apenas segmentos sem refluxo. Foram analisados 10 membros de oito pacientes, com um total de 20 espécimes. Os espécimes foram submetidos a ensaio de tração em equipamento eletrônico, obtendo-se os valores de tensão máxima do material em quilogramas-força por centímetro quadrado (kgf/cm2; força máxima dividida pela área de secção transversa do segmento submetido à tração). Resultados A tensão máxima suportada pela veia safena do tornozelo variou de 74,02 a 190,10 kgf/cm2, e a tensão máxima da veia safena da crossa variou de 13,53 a 69,45 kgf/cm2 (p < 0,0001). O coeficiente de correlação de Pearson entre o diâmetro da veia distendida e a tensão máxima suportada foram iguais a -0,852 (correlação inversa moderada a forte). Conclusões A resistência tecidual da veia safena magna do tornozelo é maior do que a da crossa em mulheres submetidas a operação de varizes; há correlação negativa entre o diâmetro da veia e sua resistência tecidual nessa mesma população.
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