No abstract

Esta pesquisa objetiva compreender a história de vida e dos relacionamentos amorosos de homens com transtorno pedofílico que cumprem pena pela condenação por estupro de vulnerável contra crianças e/ou adolescentes, bem como das circunstâncias dos crimes que cometeram. Trata-se de um estudo de base qualitativa com delineamento de casos múltiplos. Participaram três homens que apresentam o diagnóstico de transtorno pedofílico, em situação de condenação por crimes que envolvem violência sexual contra crianças e/ou adolescentes. Foram utilizados os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada. Os resultados revelaram que os vitimizadores avaliam os relacionamentos com crianças/adolescentes como adequados, quando não envolvem crianças muito pequenas e ocorrem sem uso de violência. Eles reconhecem seu transtorno somente em termos de imaturidade. Destaca-se a relevância do acompanhamento psicológico de vitimizadores sexuais infantis, concomitante ao cumprimento da pena, de modo a prevenir a reincidência.

Introduction: Cognitive distortions of child sexual offenders have been researched because they might be the foundation for tort conduct. Objective: the aim of this study was to analyze cognitive distortions in individuals convicted for statutory rape against children and/or teenagers and verify connections with their family of origin, early maladaptive schema, self-esteem, and self-efficacy, as well as to assess the predictive power of these variables in the occurrence of cognitive distortions. Method: this was a descriptive, correlational and explanatory research performed with 49 men currently serving time without parole. The following instruments were administered: Family Background Questionnaire, Young Schema Questionnaire, General Self-Efficacy Scale, Rosenberg Self-Esteem Scale, as well as a documentary review of the legal proceedings of the participants. Results: the study revealed connections between cognitive distortions and substance abuse by the father (r=0,417; p=0,034), as well as vulnerability to harm (r=0,416; p=0,008), defectiveness (r=0,405; p=0,013), and grandiosity (r=0,339; p=0,040) schema. The vulnerability to harm scheme was the only predictive variable for cognitive distortions, accounting for 73,4 % of the variance. Conclusion: importance of analyzing cognitive distortions in child sexual victimizers and the possibility of schema therapy as an alternative treatment.