As fraturas transtrocantéricas são lesões de incidência bimodal, relacionadas aotrauma de alta energia, em pacientes jovens, ou ao trauma de baixa energia, em idosos,apresentando alta taxa de morbimortalidade. Na população idosa, grupo predominante doestudo, as fraturas transtrocantéricas levam a deficiências funcionais graves, sendo umsignificante problema de saúde. O tratamento é preferencialmente cirúrgico, pois permiteuma reabilitação precoce com recuperação funcional. As estratégias de fixação são múltiplase refletem diretamente nas condições pós-operatórias. Dessa maneira, o presente estudobusca evidências com base no uso de hastes cefalomedulares, em especial do InterTAN, aoanalisar os resultados dos pacientes com fratura do extremo proximal do fêmur submetidosao tratamento cirúrgico, no Hospital HOME e Hospital Brasília. Trata-se de um estudoretrospectivo e descritivo com 27 pacientes, submetidos a tratamento cirúrgico após fraturasproximais do fêmur, nos últimos quatro anos, nos hospitais HOME e Brasília, em Brasília-DF.Dos 27 pacientes, apenas 22 preenchiam os critérios de inclusão. Os pacientes foramavaliados de acordo com o Charlson Comorbidity Index, para estimar a expectativa de vida,além da classificação da fratura, Índice de Singh, TAD pós-operatório, critérios de redução,tempo de consolidação e complicações. Os resultados evidenciaram vantagens naabordagem cirúrgica, preferencialmente quando realizada em até no máximo 48 horas. Osestudos comprovaram a alta incidência em população geriátrica, no entanto este estudodivergiu dos demais ao demonstrar prevalência na população masculina. No pós-operatórioimediato, ocorreram 5 óbitos, sendo que 3 dos 5 óbitos foram em pacientes abordados apósas 48 horas após o trauma. Dos 16 pacientes remanescentes, 12,5% obtiveram reduçãoinsatisfatória, 31,2% satisfatório e 56,3% anatômico. Além disso, em 43,75%, a consolidaçãoda fratura ocorreu em menos de 6 meses. O nosso estudo sugere que o InterTAN éclinicamente mais eficaz do que outros dispositivos, resultando em menos complicações,menos revisões e menos pacientes com queixas de dor. De modo geral, por se tratar de umdispositivo novo, novos estudos são necessários para explorar a relações custo-benefíciodeste com outros implantes no tratamento de fraturas intertrocantéricas.