, podemos notar uma guinada à esquerda do espectro ideológico da região. Nos países andinos, a população indígena, parcela marginalizada da vida política ao longo de décadas, ganha destaque na pauta de discussão. A nova agenda política que começa a se fortalecer na América Latina se apresenta como alternativa àquela até então predominante, pautada na reforma estrutural, pró-mercado, e propõe uma maior atenção aos temas do crescimento econômico e da diminuição da pobreza e da desigualdade social. Diante dessa nova realidade, estaria o continente latino-americano passando por uma onda vermelha? A discussão sobre distinção ideológica entre partidos políticos, ou entre governos, se pensarmos de forma mais geral, não é recente. Grande 647 * Agradeço a Octavio Amorim Neto e a Acir Almeida a leitura precisa e os inestimáveis comentários. Agradeço também as valiosas sugestões dos pareceristas anônimos da revista DADOS, fundamentais para o aperfeiçoamento do presente artigo.
A economia brasileira possui taxas elevadas de participação do cooperativismo no agronegócio, principalmente em pequenos municípios, e este modelo contribui com a ampliação dos mercados consumidores e no fortalecimento do pequeno produtor rural. Assim, objetiva-se compreender quais os impactos gerados pelo cooperativismo produtivo para o desenvolvimento econômico local e regional a partir do comparativo entre dois municípios de pequeno porte, um deles com e outro sem cooperativas de produção. Esta pesquisa se constitui em um estudo de caso de abordagem qualitativa e foi realizada nos municípios de Centenário/RS e Planalto Alegre/SC. Classifica-se como exploratória documental, com pesquisa em bases de dados, documentos, entrevistas e grupo focal. Os dados obtidos foram analisados pela aplicação da Matriz de Condicionantes, Potencialidades e Deficiências – CPD. Os resultados da análise apontaram para um elevado grau de participação e importância do cooperativismo no desenvolvimento de pequenos municípios por meio da alavancagem econômica promovida pelo mesmo.
O objetivo do trabalho é analisar os determinantes do balanço fiscal nos estados brasileiros em um período de grande instabilidade da economia do país: as décadas de 1980 e 1990. O argumento principal do trabalho postula que, mesmo em um contexto de ajuste fiscal, fatores ligados à inclinação ideológica do chefe do poder Executivo estadual, à capacidade decisória do poder Legislativo nesse nível de governo, bem como a relação entre estados e governo federal são parâmetros fundamentais para o entendimento da situação fiscal da federação brasileira. A metodologia empregada para verificar o modelo teórico corresponde à análise econométrica de painel, também conhecida como séries agregadas (em inglês: pooled time series - cross section analysis), que nos permite considerar concomitantemente a dimensão espaço (estados) e a dimensão tempo (ano). Na estimação dos parâmetros do modelo, seguimos o método "panel corrected standard error" (OLS com erro padrão corrigido), sugerido por Beck e Katz para análises de painel de dimensões similares às do presente trabalho. Nossos resultados corroboram a previsão da importância de se considerar as subunidades da federação. As análises que buscam explicar o desempenho da administração macroeconômica nacional não podem deixar de levar em conta a relevância das instituições subnacionais e seu impacto na estrutura de incentivos dos atores envolvidos nos processos decisórios.
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