A Amazônia, ao tornar-se palco de sacrifícios que servem para solidificar acordos econômico-políticos, está sendo objeto de uma guerra assimétrica em função de novas apropriações e capitalizações. Nosso propósito foi demonstrar como avançam e se entrecruzam as diversas frentes de despossessão na região amazônica para que sejam explicitadas as práticas de estigmatização e extermínio que as impulsionam. O nosso objetivo foi mapear o novo arco de desmatamento na Amazônia, identificando um conjunto de ameaças ao Corredor de Conservação do Estado de Rondônia e a região fronteiriça com a Bolívia, mais especificamente, a região que compreende o Parque Estadual de Guajará-Mirim, a Reserva Extrativista Jaci-Paraná, e as Terras Indígenas Karipuna, Igarapé Ribeirão, Igarapé Lage. Tratam-se de Unidades de Conservação e de Territórios Indígenas que estão sendo fortemente acossados pelas atividades madeireira, mineral e agropecuária nos dois lados da fronteira. A região amazônica tem servido para aprofundar o perfil produtivo neoextrativista do Brasil e do continente latino-americano. Perfil que depende crescentemente da flexibilização de direitos territoriais e de normativas ambientais e da precarização da força de trabalho. Compõem esse regime de simplificação territorial e redução política: a) marcos regulatórios sob encomenda dos investidores; b) formações discursivas pró-abertura de fronteiras contra qualquer limite ambiental ou pactuação social; c) e processos de militarização (e paramilitarização) dos territórios em processo de apropriação. Elaboramos cartografias sociais que propiciaram uma compreensão espacializada das estratégias empresariais que confluem para esta região. Em resposta a estas estratégias, observamos processos de resistência em um contexto de “risco duplicado” a que estão submetidos os povos indígenas e originários, considerando os efeitos perversamente diferenciados da pandemia do COVID- 19 sobre os mesmos.
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