Esses grupos feministas surgiram na internet majoritariamente a partir dos anos 2010, em sites, blogs, páginas no Facebook, canais no Youtube, contas no Twitter ou Instagram -ou seja, no mundo digital. Reivindicam a internet como um espaço que as possibilitam falar sobre temas que, segundo elas, são geralmente excluídos da mídia comercial hegemônica 1 , tais como assédio sexual, aborto, racismo, sexualidade e violência permitindo, assim, a "construção de contranarrativas" 2 .2 Através das redes sociais, esses grupos atuam para a criação de espaços que possibilitam às mulheres falarem de si mesmas, dando visibilidade às suas experiências. Essas, já de grande importância para os movimentos feministas, como apontado por Facchini et al (2020), ganham centralidade para esses grupos no digital. Se, inicialmente, as narrativas em primeira pessoa pareciam singularizar ou até mesmo individualizar uma situação de machismo, nota-se que, na verdade, elas são acionadas de modo a expressar uma experiência coletiva, desencadeando um sentimento de solidariedade Mobilizações feministas na internet e a formação de redes de solidariedade on...
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