Resumo: O artigo reflete sobre os resultados da atuação do terapeuta ocupacional em um museu. Para tal, são abordadas questões que caracterizam os domínios do ambiente museológico, apresentando-o como um lugar possível para o exercício da profissão, bem como se discute quais atividades podem ser realizadas pelo profissional de terapia ocupacional em um museu, qual a sua relevância e qual a diferença da realização quando feitas pelo terapeuta ocupacional e por outro profissional. Desse modo, o objetivo principal do estudo foi apresentar um novo campo de atuação para o terapeuta ocupacional, destacando a relevância das atividades de sensibilização do público e como estas podem influenciar nas vivências museológicas do visitante. São relatadas duas atividades distintas com a temática de sensibilização para a deficiência visual, executadas em 2015, no Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, em Portugal. Relatam-se as atividades e analisam-se os resultados buscando aferir qualitativamente a participação do público e a sua resposta ao impacto que tais atividades podem surtir na inclusão cultural de pessoas com deficiência visual. Palavras-chave: Cultura, Deficiência Visual, Inclusão Social. Performances of Occupational Therapy in the museum context: awareness of the diversityAbstract: The paper discusses the Occupational Therapist actions in a museum. Therefore we approach issues that characterize the areas of museum environment presenting it as a possible workplace for the professionals, and will discuss which activities can be performed by professional occupational therapy in a museum, its relevance and the achievement gap when performed by the occupational therapist and other professionals. Thus, the study's main objective is to present a new occupational therapy work field for the highlighting the importance of public awareness activities and how these can influence the museum visitor experiences. We report two distinct activities with visually impaired awareness theme, conducted between February and March 2015, at the Batalha Community Museum in Portugal. We report the activities and analyze the results, seeking to qualitatively assess the public participation, and its response to the impact that such activities may bear in the cultural inclusion of visually impaired people.
Nos últimos 15 anos, terapeutas ocupacionais alinhados a programas, projetos e políticas culturais, têm se encontrado através de sua práxis no campo dos estudos culturais buscando destacar e reconhecer a cultura como uma área de atuação profissional. Desta forma, visam constituir e fortalecer uma identidade profissional da categoria que tem se apresentado como “terapia ocupacional e cultura”. Tal identidade compreende o profissional que atua junto às políticas culturais, aos ambientes e instituições culturais, ou que desenvolve projetos em diferentes perspectivas de ação cultural, entre elas a de Freire (1980); Coelho (1997) e Cunha ( 2003). No âmbito das políticas culturais as diferentes iniciativas dos terapeutas ocupacionais se traduzem desde o papel do mediador ao de gestor, tendo como centro a cultura e seus elementos significativos como potenciais parceiros de um fazer comprometido com a promoção da cidadania cultural, ou seja, com o direito à cultura. É nesta perspectiva que, nos últimos anos, um grupo de terapeutas ocupacionais têm se dedicado a uma atuação visando a promoção da cidadania cultural das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, que inclui a efetivação da política de acessibilidade cultural. Constituída com base em diferentes documentos legais, a política de acessibilidade cultural, foi fortemente expressa a partir da Oficina Nacional de Políticas Culturais para pessoas com deficiência “Nada sobre Nós sem Nós”, realizada pela antiga Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural - SCDC do extinto Ministério da Cultura - MinC e a Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz , que contou com uma terapeuta ocupacional na qualidade de coordenadora executiva da ação (Dorneles, Carvalho, Silva, Mefano 2018).
A sequência de imagens sobre a qual trata este texto corresponde a uma síntese do vídeo “A Casa do Conselheiro”, em exibição na exposição de longa duração “Entre o sal e o açúcar: O doce através dos sentidos”, que ocupa a área expositiva central do Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas. O que se busca apresentar como reflexão, além do registro do produto gerado e do processo técnico empregado, é a finalidade de tal recurso de destacar ao visitante a condição de bem “musealizado” na qual se instituiu o edifício histórico ao vir a ser ocupado pelo já dito Museu. Informa-se tanto a trajetória da casa como do Museu e o quanto o ocasional vínculo entre ambos acabou criando uma circunstância de dupla proteção e significação. Por fim, aponta-se o recurso expositivo do vídeo como elemento integrante do plano de acessibilidade do Museu do Doce, que se inicia com a exposição e com o projeto do qual é resultado.
Este ensaio visa apresentar as traduções intersemióticas das fotografias expostas no Memorial do Anglo, da Universidade Federal de Pelotas, para que pessoas com deficiência visual tenham acesso à exposição e ao espaço, de forma a fomentar a acessibilidade cultural na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul.As fotografias expostas neste espaço remontam a história do extinto Frigorífico Anglo até o momento em que o prédio foi adquirido pela Universidade Federal de Pelotas, em 2005. Considerando-se que no local ainda há vestígios do que fora um espaço de trabalho e industrial importante para a cidade, o Memorial do Anglo busca resgatar esta memória social comprometendo-se com a inclusão cultural. Desta forma, para que a inclusão seja efetivada, são necessários recursos de acessibilidade que traduzem as fotografias através da Audiodescrição e Esquemas e Maquetes Táteis. Mas para que estas informações sejam, de fato, efetivadas, o espaço conta ainda com legendas em braile, mediador acessível e expositores acessíveis.Estes recursos visam proporcionar aos visitantes experiências múltiplas de informação apresentadas em diferentes suportes que se complementam de forma a traduzir o que está impresso na fotografia para o visitante através dos seus sentidos remanescentes.
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