Objetivo: descrever a experiência de um psicólogo residente na criação de uma intervenção para aplicação na Atenção Primária à Saúde, utilizando como fundamento a metodologia da problematização com o Arco de Maguerez, requisito obrigatório para a formação profissional na residência multiprofissional em saúde da família e comunidade. Além de ser o Trabalho de Conclusão doPrograma de Residência (TCP). Método: foram executadas as etapas do arco de Maguerez: observação da realidade, pontos-chave, teorização, hipótese de solução e aplicação na realidade. Os locais de estudo e intervenção foram três Unidades Básicas de Saúde da Região Administrativa da Fercal, Distrito Federal, no período de junho a agosto de 2022. Resultados e discussão: as experiênciasno cenário junto à comunidade e aos profissionais de saúde, demonstraram uma limitação no conhecimento de leis com grande importância social no que diz respeito à garantia de direitos. Foi criado um material informativo em formato digital e em panfleto com o objetivo de incentivar junto ao território a leitura e reflexão sobre direitos, deveres, garantias, proteções e penalidades, com foconas leis: Maria da Penha, Estatuto da Criança e do Adolescente e Estatuto do Idoso. Conclusão: o método permitiu ampliar o olhar sobre o contexto da comunidade e desenvolver uma ação que pode ajudar a mudar a realidade, mas não deve se limitar a isso, o método demonstrou muitas limitações sociais que somente um trabalho integrado entre sociedade e poder público tem o potencialde resolver tais problemas.

A pandemia da COVID-19 tem causado impactos em diversas áreas da sociedade brasileira principalmente no que diz respeito ao SUS que precisou de adaptações para combater de maneira eficiente o novo coronavírus. Nesse contexto de exigências e mudanças constantes, os profissionais de saúde foram afetados tanto fisicamente, devido à possibilidade de contaminação e jornadas exaustivas de trabalho, como também psicologicamente, com a manifestação de sintomas como ansiedade, medo, estresse e depressão. Essa pesquisa teve caráter quantitativo com o objetivo de levantar informações a respeito das estratégias individuais que são utilizadas para adaptação e superação de contextos estressantes e adversos, processo também conhecido como coping. A amostra foi constituída por 22 profissionais de saúde (5 da enfermagem, 4 da fisioterapia, 5 da nutrição e 8 da psicologia) que estão ou estiveram atuando dentro do fluxograma assistencial descrito no Plano de Contingência do Distrito Federal para o combate a pandemia da COVID-19. Realizou-se a aplicação do Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus adaptado para o português, utilizando uma plataforma online de formulários. Os resultados demonstraram que a estratégia mais utilizada pelos profissionais foi “reavaliação positiva” (18%), seguida de “suporte social” (16%), “autocontrole” (15%), “resolução de problemas” (14%), “fuga-esquiva” (12%), “afastamento” (9%), “confronto” (9%) e a estratégia menos utilizada foi “aceitação de responsabilidade” (7%). Embora existam algumas diferenças relacionadas à utilização das estratégias ao comparar as profissões, é possível observar que elas convergem no sentido de um enfrentamento mais positivo e consciente diante deste contexto. Palavras-chave: Coping; estratégias de enfrentamento; profissionais da saúde; saúde mental