O trabalho que aqui se apresenta tem o intuito de desenvolver proposições sobre “poetnografias vocais” e seus possíveis encaminhamentos metodológicos. Os escritos foram desenvolvidos com base em vivências profissionais e em leituras de diferentes propostas teóricas e práticas, que propõem estudos de voz, arte e etnografia. Neste sentido, o trabalho aponta alguns caminhos possíveis sobre o desenvolvimento de poetnografias vocais.
Neste artigo analisamos a presença do riso na roda de Capoeira Angola, utilizando como principais campos de análises o arquétipo do malandro e a ética da malandragem. O riso constitui-se num fenômeno sócio antropológico que instaura o humor e o cômico nos absurdos da existência e na percepção da inadaptação ou da distração particular do indivíduo em relação aos costumes sociais. No imaginário popular o arquétipo do malandro evoca esperteza, sagacidade e engenhosidade e é bastante enaltecido entre os angoleiros. A malandragem na Capoeira Angola é aqui discutida a partir da dimensão corporal, com ênfase no jogo, na brincadeira e especialmente no riso. Analisamos o transcurso da malandragem como algo que se consolidou no Brasil no início do Século XX e tem influenciado sobremaneira a prática da capoeira até os dias atuais.
O presente artigo procura entender a construção de um corpo risível (ridículo) em uma oficina de iniciação às linguagens cômicas teatrais. O texto apresenta a experiência de Luis e Clarice, dois alunos especiais, em uma aula que objetivava criar um corpo risível por meio do exagero corporal. Propõe uma discussão da questão do erro e da diferença corporal na oficina de comicidade em contato com duas experiências corporais distintas: o dos alunos que não possuíam nenhuma deficiência física e o de Luis e Clarice. A partir dessa experiência, e amparados na perspectiva dos estudos das performances culturais, os autores procuram construir a ideia de que o corpo, liberto de seus automatismos, encarado em sua potência de diferenciação, pode ser impelido à potência de criação e, consequentemente, potência de vida.
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