RESUMO Esse artigo trata do processo de implementação da gestão de recursos hídricos por comitês de bacias hidrográficas, identificando fatores que interferem nesse processo. O estudo baseia-se nos pilares fundamentais sobre os quais se assenta esta gestão, que são a integração, a descentralização e a participação, utilizando, como indicadores de análise da sua efetividade, fatores técnicos, políticos e financeiros. A estratégia de investigação escolhida foi a de estudo de múltiplos casos. Os procedimentos metodológicos consistiram, inicialmente, na seleção dos casos e o levantamento dos dados primários ocorreu mediante observação direta, na participação em eventos e encontros da área observando e analisando os temas das discussões realizadas e na participação em reuniões de comitês de bacias. A pesquisa foi realizada em quatorze comitês de bacias de domínio estadual existentes nos estados do nordeste do Brasil. Os resultados mostram que o modelo foi idealizado para funcionar de forma autônoma, mas os comitês ainda não adquiriram esta autonomia. São os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água que lhes darão condições para que eles se desenvolvam sem depender dos governos dos estados, nem financeiramente, nem politicamente. Entretanto, como a cobrança pelo uso da água é condição indispensável para a sustentabilidade financeira e, em consequência, autonomia, e como esta cobrança ainda não foi instituída nesses comitês, esta autonomia fica impossível de ser exercida.
Rev. Adm. Pública -Rio de Janeiro 48(5): 1329-1354, set./out. 2014 Administração pública no Brasil: reflexões sobre o campo de saber a partir da Divisão Acadêmica da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (2009Administração ( -2013 Ricardo Corrêa Gomes Universidade de Brasília (UnB)Este artigo nasceu de uma reflexão de membros do Comitê Científico da Divisão Acadêmica de Administração Pública da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD) -a partir de seu trabalho no período de 2009 a 2012 -sobre o desenvolvimento desse campo de saber no Brasil. O texto descreve e analisa os fatores que influenciam a produção acadêmica em administração pública no país, destacando a sua significação como área no âmbito da ANPAD; o sistema de ensino, tanto em nível de graduação e de pós-graduação, como nas escolas de governo; e, finalmente, a organização dos grupos de pesquisa e de publicação científica (eventos e periódicos) que sustentam a investigação. Como resultado, o trabalho: (i) apresenta a trajetória da área de administração pública na ANPAD desde 1985 e sua agenda de pesquisa nos últimos anos; (ii) atualiza o panorama do ensino superior de administração pública no país, sobretudo dos programas de pós-graduação; e (iii) mapeia os congressos e revistas da área. Desse modo, o trabalho constitui per se um balanço sobre os avanços, as lacunas e os desafios do campo de saber da administração pública em nível nacional.Pa l a v r a s -c h a v e : administração pública; Brasil; ANPAD; produção acadêmica; pós-graduação.
Este trabalho analisa a produção científica sobre cultura organizacional em organizações públicas no Brasil, no período de 1997 a 2007. A pesquisa privilegiou os periódicos brasileiros mais conhecidos na comunidade acadêmica e os encontros promovidos pela ANPAD neste período. A produção foi analisada a partir dos aspectos relativos à continuidade da pesquisa em cultura organizacional em organizações públicas, características das pesquisas, métodos de pesquisa, instrumentos de medida, modelo de tratamento dos dados, teorias de base, vertente teórica e o alinhamento dos pesquisadores com o tema analisado. Os resultados mostram que a produção nesta temática é baixa, considerando que foram encontrados apenas 47 trabalhos publicados no período estudado. Indicam, ainda, que não há continuidade na produção de pesquisa voltada especificamente para os estudos culturais em organizações públicas, pois os autores, na sua maioria, publicaram apenas um trabalho neste período sobre este tema.
Este artigo realiza uma análise do campo da Administração Pública utilizando a produção científica publicada nos anais dos EnAPGs, explicitando o que ela traduz e indica a respeito do campo. Foram inicialmente levantados todos os artigos publicados nos EnAPGs realizados em 2004, 2006, 2008 e 2010, ou seja, 576 artigos, que foram, em seguida, classificados nos oito temas de interesse indicados pela Divisão de Administração Pública. Procedeu-se à análise desses artigos, confirmando a sua aderência ao tema ou redirecionando-o para outro tema com o qual tivesse maior proximidade. Os resultados mostram uma variedade de assuntos abordados, mas indicam que essa produção não parece se desenvolver de modo contínuo e sistemático sobre determinados conceitos, recortes teóricos ou objetos de pesquisa. Indicam a ausência de discussão e aprofundamento teóricos mais efetivos, lançando uma preocupação sobre o futuro do campo, pois as discussões realizadas nos trabalhos analisados parecem não contribuir para o seu fortalecimento, ao contrário, tornam-no frágil, indefinido e dependente de outros campos. 2004, 2006, 2008 and 2010, that is, 576 articles, which PALAVRAS-CHAVE Administração Pública, produção científica, pesquisa em Administração Pública, análise do campo, EnAPG ABSTRACT This article presents an analysis of the field of Public Administration based on the scientific production released in the Proceedings of the EnAPGs, explaining what it shows and displays regarding the field. All articles published were initially raised in EnAPGs held in
Este artigo tem como objetivo analisar os limites disciplinares e o desenvolvimento de abordagens inter, multi e transdisciplinares nos campos da administração pública e dos estudos organizacionais. Adota-se uma estratégia metodológica estruturada em duas etapas. A primeira constitui-se de uma abordagem teórica na qual se conceitua disciplina, se exploram teoricamente as possibilidades e os limites das abordagens uni, inter, multi e transdisciplinares, e se desenvolve uma análise dos campos administração pública e estudos organizacionais na perspectiva dessas abordagens. A segunda etapa constitui-se de um estudo empírico no qual se analisam as possibilidades e os limites das abordagens uni, inter, multi e transdisciplinares das divisões Administração Pública e Gestão Social, e Estudos Organizacionais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, EnANPAD. Conclui-se que essas divisões priorizam, com dificuldade, a abordagem unidisciplinar, e apresentam abordagens inter e multidisciplinares sem sistematização, não conseguindo usufruir as possibilidades, nem superar os limites de cada uma delas.
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