RESUMO: A presença da psicanálise, como saber e instituição, modificouse bastante no Brasil, desde o final dos anos 1970, quando sua presença e influência visíveis na sociedade e na cultura nacionais tinham atingido o seu auge. Diversas análises recentes apontam para uma descentralização, diversificação e complexificação da oferta psicoterapêutica; ao mesmo tempo em que se reconhece um intenso recrudescimento da oferta de recursos religiosos ou para-religiosos. Inicialmente, esse reconhecimento se concentrou nas alternativas associáveis ao estilo Nova Era, características das camadas médias metropolitanas, que podem ser -frequentemente -consideradas como variações de uma cultura psicologizada. O crescimento da adesão às seitas pentecostais, principal característica dos desenvolvimentos religiosos nas camadas populares, parecia seguir uma outra lógica, também fartamente estudada. Mais recentemente, surgiram mediações entre as religiões evangélicas e pentecostais e a psicanálise que provocaram grande surpresa e inquietação nos meios intelectuais. O diálogo entre a pesquisa de Carvalho sobre esse último processo e a pesquisa de Duarte sobre a dinâmica das cosmologias (Weltanschauungen) religiosas e laicas em confronto na sociedade brasileira contemporânea permite apresentar novas interpretações desse quadro dinâmico.PALAVRAS-CHAVE: religião, psicanálise, protestantismo, pentecostalismo, psicologização.
Resumo O artigo discute o sofrimento mental e o adoecimento geral da classe acadêmica no Brasil, propondo uma nova abordagem ao tema da saúde mental em dois pilares: de um lado, o Encontro de saberes, projeto implantado na Universidade de Brasília, em 2010, que promove a inclusão de mestres e mestras dos saberes tradicionais (indígenas, povos de terreiro, quilombolas, entre outros), como docentes; de outro, uma reconfiguração das ciências sociais como uma área transdisciplinar e pluriepistêmica capaz de dialogar com os sistemas de cura desenvolvidos pelos mestres e mestras tradicionais, que incluem relações com todos os seres vivos (plantas, animais, fenômenos da natureza). O Encontro de saberes da cura faria um diálogo das ciências sociais transdisciplinares antropocêntricas com as ciências tradicionais cosmocêntricas. O texto foi elaborado a quatro vozes: três de acadêmicos da UnB, da UFF e da UFRJ, e uma líder religiosa do candomblé Angola de Belo Horizonte (MG), Makota Kidoiale.
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