Pesquisas sobre vivências acadêmicas têm se apresentado como resposta ao aumento da evasão e troca de cursos. Identificar os fatores que facilitam e que dificultam a continuidade dos estudos universitários pode colaborar para intervenções psicoeducativas e psicológicas, bem como para a prevenção ao surgimento desses problemas. A presente pesquisa teve por objetivo investigar o processo de adaptação à Universidade em estudantes ingressantes no curso de Psicologia. Para isto, foram analisados os conteúdos de 18 registros em diários de bordo produzidos por estudantes do primeiro e segundo períodos de um curso de Psicologia. Nesses, buscou-se identificar indicadores de adaptação e de desajuste ao ingresso na Universidade por meio da escrita dos estudantes. A categorização gerou 11 temas que tanto vão ao encontro da literatura recente, como mostram novos temas ainda não aprofundados nessa linha de pesquisa. No primeiro grupo, destacaram-se questões como grupos de pares e administração do tempo. No segundo, itens como ambientes e aulas virtuais, que têm exigido habilidades específicas dos alunos. A Psicologia da Educação, no âmbito do ensino superior, pode dar conta dessas questões e colaborar para reduzir um problema que aflige muitos jovens brasileiros.
Foi feita, em 1998, a réplica de uma pesquisa realizada entre 1929 e 1944 por Helena Antipoff e em 1993 por Regina Helena de Freitas Campos, com o objetivo de investigar o impacto, nos ideais das crianças de Belo Horizonte, da ênfase que a mídia vem dando ao consumismo na sociedade contemporânea. Um questionário aberto foi aplicado a 307 crianças (151 meninas e 156 meninos) da quarta série das escolas públicas e particulares de Belo Horizonte. Os dados referentes aos ideais destas crianças foram submetidos à análise de conteúdo, por gênero, e comparados com os dados das pesquisas anteriores. Foi comprovada a hipótese de que os valores transmitidos pela mídia vêm contribuindo para mudanças nos ideais infantis ao longo do século.
A pandemia da COVID-19 afetou os cursos de graduação da área da Saúde, que se viram diante de um dilema sobre como conciliar a responsabilidade social de participar da atenção à saúde da população no município e no estado com as demandas de biossegurança impostas pela pandemia. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), há 14 cursos da área da Saúde que compartilham do mesmo espaço, dos mesmos recursos e das mesmas políticas acadêmicas. Pensar juntos sobre os desafios vivenciados foi um movimento de solidariedade, integração e coesão. O objetivo deste artigo é relatar essa experiência. São descritos o contexto antes da pandemia, a atuação diante de portarias ministeriais, a elaboração de diretrizes para o ensino remoto emergencial e a situação dos estágios curriculares. Destaca-se a importância da construção coletiva no enfrentamento das dificuldades para garantir a segurança, a equidade e a qualidade na formação de profissionais da saúde na UFMG.
Helena Antipoff was one of the pioneers in the constitution of the fields of knowledge of educational psychology and special education in Brazil. Born in Russia, Antipoff received her education in Paris and Geneva. Researches in the history of education and of psychology have revealed the innovative character of Antipoff’s work as a researcher, as a professor and as a founder of different educational institutions in Brazil, with a focus on educational and psychological care for children with disabilities or at social risk. Her career is characterized by a sound scientific approach combined with a deep commitment to the right of children and youth to education and care. These directions can be associated with her scientific training in the sciences of education in a time of social turbulence and school reform, when many women became professionals in the field of education, trying to combine family, work and militant activity.
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