INTRODUÇÃO: As intoxicações são apontadas como emergências médicas mais corriqueiras no público pediátrico, cujo agente doméstico predominante, são os domissanitários. O perigo da intoxicação em crianças se deve pelo pouco discernimento do que seja prejudicial à saúde e na maioria das vezes apresentam condutas curiosas (AGUIAR et al., 2020). Além disto, há uma ampliação nos casos envolvendo animais peçonhentos, sendo o escorpionismo com maior periodicidade nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil (CAMPOS et al., 2020). Segundo informações obtidas no Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), no ano de 2017, ocorreram 76.115 intoxicações no Brasil, englobando pacientes com faixa etária desde menores de 1 ano até maiores de 80 anos de idade. Na faixa etária entre menores de 1 ano até 14 anos de idade, foram notificados 6.559 casos de intoxicações por medicamentos, 2.316 casos com domissanitários, 1.735 acidentes com escorpião, 1.375 acidentes com outros animais peçonhentos/venenosos e 1.178 casos de intoxicação com produtos químicos industriais (SINITOX, 2017). Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo analisar as intoxicações na população infanto-juvenil em um centro de intoxicação do Nordeste, para com isso, determinar o perfil sociodemográfico e os agentes mais frequentes envolvidos nos acidentes toxicológicos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e com abordagem quantitativa, realizada em um hospital da rede pública terciário do Estado do Ceará. Foram avaliadas as fichas de intoxicações dos pacientes, suspeitos de intoxicações agudas por agentes tóxicos, no ano de 2019. A coleta de dados foi realizada utilizando-se formulário com as seguintes variáveis: idade, sexo, animal envolvido no acidente e agentes tóxicos. Os dados foram analisados por meio do programa Epi info, versão 7.2.2.6. As variáveis foram apresentadas como frequência absoluta (n) e relativa (%). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital, com parecer de nº 3.550.331. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Analisaram-se 959 fichas de pacientes menores de 1 ano a 15 anos. Não houve diferença entre o sexo masculino (50,89%, n=488) e o feminino (49,11%, n=471). Em primeiro lugar, a faixa etária entre 1 a 5 anos, foi responsável por 43,80% (n=420) dos casos, em segundo lugar, de 6 a 10 anos com 27,84% (n=267), terceiro lugar de 11 a 15 anos com 26,80% (n=257), e em quarto e último < 1 ano de idade com 1,56% (n=15). No que se refere aos acidentes ocasionados por animais peçonhentos, 80,65% (n=25) dos casos foram causados por serpentes, 1,72% (n=13) por escorpião e 33,33% (n=2) por aranhas, necessitando em alguns casos o uso de antídotos. Já com relação aos agentes tóxicos, o escorpionismo apresentou os maiores casos com 78,62% (n=754), seguido por medicamentos com 6,05% (n=58), serpentes (venenosas) com 3,23% (n=31), animais não peçonhentos com 2,92% (n=28), produtos químicos industriais 2,61% (n=25) e os domissanitários com 1,25% (n=12). Ressalta-se que os acid...
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