OBJETIVO: Verificar a prevalência de sintomas depressivos de uma população idosa residente em uma comunidade de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, e avaliar sua associação com aspectos biopsicossociais e capacidade funcional. MÉTODOS: Estudo transversal, observacional e de base populacional. Foi avaliada a totalidade dos idosos residentes na área de abrangência de uma Equipe de Saúde da Família, sendo eles entrevistados em seus domicílios. Foi utilizado questionário adaptado do Brazil Old Age Schedule (BOAS) para coletar os dados biopsicossociais. Para avaliar sintomas depressivos, foi aplicada a Escala de Depressão Geriátrica abreviada (EDG-15). A escala de Katz foi utilizada para avaliar as atividades básicas de vida diária (ABVD) e a escala de Pfeffer, para atividades instrumentais de vida diária (AIVD). As associações foram verificadas mediante submissão dos dados à análise bivariada e multivariada. RESULTADOS: A prevalência de sintomatologia depressiva foi de 20,9%. Apresentaram associação significativa com sintomas depressivos: dificuldade para dormir (RP = 2,04; p = 0,002) e dependência para AIVD (RP = 3,22; p < 0,001). CONCLUSÃO: Há alta prevalência de sintomas depressivos entre idosos no âmbito comunitário, sendo mais frequentes entre idosos com dificuldade para dormir e com dependência funcional para AIVD.
Artigo já publicado. v. 6, n. 2 (2015) Identificar as principais causas de hospitalizações de crianças auxilia na percepção do perfil de adoecimento e na estratégia para elaboração de planos de atenção à saúde para prevenir o agravamento das doenças e diminuir o número de internações hospitalares. Objetivos: Obter, através de dados oficiais, informações sobre as principais causas de hospitalização em crianças de cinco a nove anos, para elaborar um perfil das principais doenças que têm levado à hospitalização no Brasil. Métodos: Pesquisa de abordagem quantitativa, descritiva, exploratória e inferencial, cujos dados foram obtidos através do site do DATASUS, no período compreendido entre os anos de 2008 e 2012. Resultados: Indicam uma distribuição heterogênea da morbidade entre as regiões pesquisadas, apresentando como a primeira causa de internação hospitalar em crianças de cinco a nove anos, as doenças do aparelho respiratório, seguido de doenças infecciosas do aparelho gastrointestinal e da pele e subcutâneo. Os dados demonstram a maneira que os serviços de saúde podem se organizar para implementar a integralidade na atenção à saúde para a faixa etária em questão, priorizando à atenção primária, na prevenção dos agravos das doenças do aparelho respiratório e das infecções do aparelho gastrointestinal, da pele e subcutâneo. As doenças citadas fazem parte das doenças cujo acometimento se dá por causas sensíveis à atenção ambulatorial e podem ser evitadas e/ou minimizadas por intervenções no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
O Sistema de Governança das Redes de Atenção à Saúde é um recurso de caráter organizativo sendo responsável pelo gerenciamento e integração funcional dos componentes das redes no Sistema Único de Saúde - SUS. O objetivo central deste artigo é avaliar a percepção dos profissionais das equipes de Saúde da Família sobre o funcionamento do sistema de governança da rede no município sede da Macrorregião Norte do Estado de Minas Gerais, Brasil. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, transversal e exploratória. Para coleta de dados utilizou-se um questionário adaptado com 14 questões correspondentes à avaliação da governança, aplicado a 18 equipes no período de junho a outubro de 2010, após a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados foram analisados por meio do software com estatística simples, obtidos por equipe e foram classificados em quatro níveis de integração das redes (fragmentado; incipiente; avançado; integrado). Os resultados evidenciaram que o sistema de governança das redes de atenção à saúde deste município é considerado incipiente na percepção dos profissionais que atuam nas equipes de Saúde da Família. Recomendam-se novos estudos, com delineamento longitudinal e prospectivo para avaliar como ocorrerá e quando o processo de consolidação das redes de forma efetiva, avançada e integrada na Atenção Primária á Saúde.
Palavras-Chave► síndrome do túnel do carpo ► suturas ► técnicas de sutura ResumoA síndrome do túnel do carpo (STC) é resultante da compressão e/ou tração do nervo mediano no túnel do carpo. É a mais frequente neuropatia compressiva dos membros superiores e, geralmente, tem causa idiopática. O diagnóstico é essencialmente clínico através dos sintomas e testes provocativos. A descompressão do nervo mediano por secção do ligamento transverso do carpo é o tratamento de escolha, mas a ausência de consenso sobre o tipo de sutura e fio cirúrgico a serem utilizados na cirurgia aberta de descompressão do túnel do carpo justifica a importância de se avaliar os resultados comparativos dos estudos existentes, tendo como objetivo descrever a influência dos diferentes tipos de suturas e fios cirúrgicos e, assim, orientar os profissionais quanto à conduta mais adequada. Trata-se de um estudo de revisão sistemática da literatura internacional e nacional. Foram encontrados quatro estudos comparando a influência dos tipos de fios cirúrgicos e um estudo avaliando a influência do tipo de sutura. A partir dos estudos comparativos, observou-se que a utilização de sutura não absorvível mostra-se vantajosa pela menor ocorrência de inflamação e complicações de ferida pós-operatória. Ao utilizar suturas Donatti, a inversão de bordas da ferida é menos provável de ocorrer em comparação com suturas individuais simples, porém estas estão relacionadas com dor pós-operatória mais prolongada.
O câncer de colo uterino representa importante problema de Saúde Pública. Incidências elevadas de neoplasia de colo uterino têm sido observadas no Brasil, com diagnósticos tardios. A participação da Estratégia Saúde da Família (ESF) é essencial no diagnóstico deste câncer, pois muitas mulheres dependem destes serviços para realizarem exames de Prevenção de Câncer do Colo Uterino (PCCU). O objetivo deste artigo é analisar resultados de exames de PCCU realizados de 2006 até 2011, classificando-os pela Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas Preconizadas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), e estimar a incidência e a prevalência de lesões compatíveis com câncer de colo uterino, comparando-as com resultados da literatura nacional. A Metodologia adotada foi o estudo longitudinal, retrospectivo, de base populacional. Foram avaliados os PCCU realizados pelas equipes de ESF Cintra I e II, em Montes Claros. Os resultados indicam que, dos 1.663 exames realizados, 8 apresentaram LSIL e 6 HSIL, lesões potencialmente cancerizáveis. Houve a incidência de 4 casos de LSIL em 2007, 1 caso em 2008, e 3 casos em 2010. De HSIL, foram detectados 5 casos no ano de 2007 e 1 em 2010. Concluiu-se que tais resultados apresentam número de casos abaixo do esperado quando comparados à literatura nacional. São levantadas várias hipóteses para o ocorrido, permitindo uma discussão ampla sobre o assunto.
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