A aceleração do aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, as mudanças climáticas e os malefícios à saúde humana causados pela emissão de gases de efeito estufa (GEE) através da queima de combustíveis fósseis têm levado a adoção de atitudes sustentáveis de descarbonização pelas grandes indústrias e pelos governos de diversos países do mundo. Dentre essas ações está o uso de fontes de energia renováveis, como é o caso do biodiesel, cuja utilização possui grande potencial de crescimento no Brasil e no mundo. Formado por monoésteres alquílicos derivados dos ácidos graxos saturados e insaturados presentes nos óleos vegetais e gorduras animais, suas principais matérias-primas, o biodiesel tem algumas das suas propriedades físicas especificadas por lei, que determinam a qualidade e a operabilidade desse biocombustível, intimamente ligadas com a quantidade, a estrutura química e a proporção desses constituintes. Apesar de degradar bem menos o ambiente e a saúde humana quando comparado ao diesel fóssil, alguns problemas são enfrentados na utilização do biodiesel como a sua degradação oxidativa durante transporte, manuseio e armazenamento, além da solidificação parcial ou perda da sua fluidez, levando ao entupimento do sistema de filtração, interrupção do fluxo de combustível, e problemas na partida do motor quando utilizado em regiões de baixas temperaturas. Nesse sentido, avaliou-se qualitativamente, através dos dados disponíveis nos estudos de Gonçalves et al. (2019) e Cavalcanti (2013), às propriedades de escoamento de fluido a frio e estabilidade oxidativa dos biodiesel de coco, algodão e soja individualmente e suas misturas, baseando-se nas composições de ésteres metílicos de ácidos graxos de cada um. Observou-se que óleos e gorduras com composição majoritariamente de ácidos graxos insaturados ao serem utilizados na produção de biodiesel, darão origem a combustíveis com mais ésteres insaturados, e consequentemente terão melhor escoamento em baixas temperaturas, porém com menor estabilidade oxidativa. Para óleos predominantemente formados por ésteres saturados, o biodiesel derivado destes será formado por ésteres saturados majoritariamente, tendo uma melhor estabilidade oxidativa, mas um desempenho ruim para escoamento a frio.
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