Resumo Diversas abordagens teóricas correntes têm se debruçado sobre o estudo de elementos linguísticos como o discurso e a comunicação no processo de construção das organizações. Contudo as abordagens correntes nessa temática se embasam em visões nominalistas e deterministas, ao considerarem que os discursos, ou mesmo os processos comunicacionais, geram as organizações por si próprios. Com isso, ignoram que tais elementos linguísticos não existem de forma independente e arbitrária em relação às condições sociais e materiais, mas representam, realizam e dão força às estruturas sociais, tais como as classes e o mercado. Neste ensaio, argumento que a teoria social do discurso presente na abordagem teórico-metodológica da análise crítica do discurso (ACD) em Norman Fairclough, usualmente utilizada em estudos organizacionais como ferramenta metodológica, pode oferecer uma nova perspectiva para compreender a construção das organizações enquanto objetos de investigação.
ResumoA Administração, em sua corrente teórica dominante, tem se prestado a transformar as empresas em espaços de propagação ideológica acerca de formas hierarquizadas de organização e gestão do trabalho. Negando esta dimensão política e ideológica da ação administrativa, a Teoria da Administração tem se tornado cúmplice dos interesses do business, educando profissionais cujas ações acabam sobrepondo o econômico ao fator humano e às questões éticas. Em contraposição a este cenário de injustiça e exploração, encontra-se a autogestão, forma de gestão não hierarquizada e democrática cuja implantação tem enfrentado muita dificuldade. Para buscar compreender os desafios que se impõem aos trabalhadores e trabalhadoras que se propõem a trabalhar de maneira autogestionária, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com um especialista em cada uma das três seguintes entidades de fomento a organizações autogestionárias: ANTEAG, UNISOL e UNITRABALHO. Os dados foram analisados por meio do método de análise de conteúdo e indicaram que a autogestão, na visão destes profissionais, implica necessidade de uma mudança de subjetividade desses trabalhadores e trabalhadoras, acostumados ao modelo de trabalho hierarquizado e não democrático. Com base nisso, argumenta-se que, para uma melhor compreensão da dificuldade de implantação da autogestão nas organizações, é necessária a adoção de um conceito de subjetividade que englobe não só o seu caráter individual, mas também seu caráter coletivo. Conquanto a visão da subjetividade individual e coletiva nos leve a refletir sobre o fato de que os desafios da prática da autogestão são mais profundos do que aparentam inicialmente, acreditamos que sua resolução pode estar mais próxima de nós do que imaginamos. Palavras-chave:Autogestão. Subjetividade. Economia solidária. AbstractAccording to its mainstream approach, management has turned organizations into hierarchical forms of organization and work management. By denying its political and ideological dimensions, the Management Theory has become part of the Artigo submetido em 14 de setembro de 2010 e aceito para publicação em 22 de março de 2011.
ResumoEste trabalho busca compreender, sob a luz da Análise Crítica do Discurso, como se desenvolve a ideologia gerencialista em duas das organizações que ocupam as primeiras posições do ranking das melhores organizações privadas e públicas no ano de 2013. Compreende-se a ideologia gerencialista como naturalizadora de práticas de gestão de pessoas que facilitam o exercício de poder. Ela contribui para a construção de um universo gestionário que substitui a dignidade pela utilidade e a solidariedade coletiva pela celebração do mérito individual. Nessa complexa configuração social, as relações humanas são instrumentalizadas e transformadas em relações comerciais. Cidadãos são abordados como clientes e as organizações públicas e privadas, em simples provedores de bens e serviços.Palavras-chave: Ideologia. Poder. Gerencialismo. Gestão de Pessoas. Análise Crítica do Discurso. AbstractThis essay aims to comprehend, by using the perspective of Critical Discourse Analysis, how managerial ideology occurs in two of the "best organizations to work" (private and public), according to rankings released in 2013. We understand the managerialist ideology as naturalizer of people management practices, since it facilitates the power exercise. The managerialist ideology contributes to the construction of a managerial universe that replaces the dignity by the usefulness and the collective solidarity by the celebration of individual merit. In this complex social setting, human relations are manipulated and transformed into commercial relationships. Citizens are approached as clients and public and private organizations, as simple providers of goods and services.
RESUMO:Diante das diversas possibilidades que abarcam o tema da diversidade, a questão da inserção de pessoas com deficiência (PCDs) nas organizações tem ganhado destaque nos estudos organizacionais. Apesar de a deficiência aparentar ser um assunto que não causa mais desconforto na atualidade, ela ainda se apresenta como uma questão delicada de ser tratada. Somando-se a isso, a questão das relações de gênero e da divisão sexual do trabalho ainda pesa no trabalho dos indivíduos. Assim, buscamos compreender as percepções de PCDs acerca das relações de gênero e da divisão sexual do trabalho. Argumentamos neste estudo que a percepção em relação à divisão sexual do trabalho e sua origem em relações desiguais de gêneros estão ligadas à subjetividade. A pesquisa realizada teve caráter qualitativo, a partir do estudo de caso de uma organização hospitalar.
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