presente trabalho tem como principal objetivo rever aspectos referentes a articulação gênero-raça na obra Casa-Grande e Senzala (1933), de Gilberto Freyre. Partindo de uma comparação com trabalhos mais contemporâneos sobre a temática, o artigo pretende expor aspectos comparativos e elementos que apresentem as continuidades e rupturas do pensamento de Gilberto Freyre com relação a certos traços do pensamento social brasileiro ligados a estas categorias. Aponta-se, ao final, a existência de uma evidente relevância do tópico da “morenidade” brasileira, bem como uma exaltação da miscigenação, que vem acompanhadas em nosso contexto por conteúdos fortemente generificados e que atravessam diversas dinâmicas sociais brasileiras.
Políticas Etnográfi cas no campo da ciência e das tecnologias da vida é uma obra que resulta da atividade conjunta dos grupos de pesquisa GrupCiber (UFSC) e GEMMTE (UFRGS). A coletânea emerge como um dos resultados da quarta edição do Seminário Mapeando Controvérsias Contemporâneas na Antropologia, evento que tem caracterizado os empreendimentos deste coletivo de pesquisas há vários anos e que também tem sido um nódulo importante na solidifi cação de uma agenda de pesquisas que se volta à refl exão sobre modos de vida, cibercultura e sociabilidade, relações humano-animal, problemas e derivações do conceito da agência e, aqui de modo central, também as relações que envolvem a tecnologia, estudos da ciência e práticas de governo da vida.Colocado desta forma, fi ca evidente que os tópicos e, justamente, as controvérsias teóricas e etnográfi cas que são tocadas pelas pesquisas desse coletivo são diversas e, assim como as pesquisas resultantes das atividades dos grupos, também os artigos da presente obra enunciam a diversidade e complexidade que atravessa este campo de investigações. O livro está dividido em sete capítulos, de autorias diferentes. Cada sessão toca em questões e em universos etnográfi cos particulares, contribuindo para a ampliação da etnografi a como um instrumento potente de refl exão e como uma ferramenta para a compreensão dos modos como entidades distintas contribuem para a constituição de diferentes "fatos".Esses fatores tornam o livro um espaço importante de conhecimento das múltiplas perspectivas teóricas que atravessam este campo de pesquisas; das práticas etnográfi cas no campo mais geral da ciência e das tecnologias da vida; e, por fi m, também da etnografi a, propriamente, que resulta constantemente pensada, questionada, tensionada. Neste sentido, é importante destacar que a expressão políticas etnográfi cas ganha especial notoriedade dentro desta e de outras obras que nascem dos grupos de pesquisa mencionados, ressaltando justamente "as eleições etnográfi cas que fundamentam os distintos modos de conduzir e produzir a etnografi a" (p. 08). Ainda que não totalmente explorada, a expressão é de importância impar para a antropologia e, neste sentido, também uma contribuição importante não só neste campo específi co de debates.Há na obra, de modo explícito, assim, uma tentativa de contribuir para um projeto mais amplo de "renovação da antropologia", como sugerem os organizadores, a partir do qual se possa não somente
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