Na perspectiva de contribuir com discussões no campo da formação humana e das possibilidades de construção da qualidade social dos processos educacionais, este estudo estrutura-se nos moldes de um ensaio teórico que tem como pressuposto basilar práticas interculturais que buscam a equidade a partir de reflexões acerca das relações étnico-raciais na Educação Básica e no Ensino Superior. O objetivo deste ensaio é compartilhar ações de ensino, pesquisa e extensão no âmbito do município de Naviraí, interior do Estado de Mato Grosso do Sul (MS), com base em práticas de projetos desenvolvidos tanto pela Gerência Municipal de Educação e Cultura (GEMED) quanto na Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul -(UFMS). Para este fim, tomamos como ponto de partida, a título de contextualização e ilustração, a descrição das potencialidades de duas propostas de estudos por nós realizadas anteriormente, as quais visaram promover ambientes formativos e fomentar discussões teórico-metodológicas acerca das relações étnico-raciais, a saber: 1) o projeto de ensino "Ciclo de cinema: dimensões da luta pela igualdade racial"; e 2) a atividade curricular de extensão universitária "Infância, Interculturalidade e Etnomatemática na Educação Infantil: o atendimento à criança indígena". No escopo das atividades mencionadas, o eixo catalisador que as fundamentaram, em termos de encaminhamentos, revelam caminhos promissores que acreditamos, na condição de professores-pesquisadores, somar esforços para consolidação de argumentos que fincam estacas do campo pessoal e profissional dos envolvidos diretamente aos processos de ensino e elementos reflexivos da pesquisa e extensão universitária propiciadas ao público-alvo e seus respectivos implementadores. Face a conclusão, defendemos que atividades como as aqui relatadas identificam problemas ainda abertos no cenário histórico-social-político vivenciados pela população brasileira frente às "duras lutas" para garantia do direito e acesso à educação, como Direito Humano, historicamente negado aos grupos étnicos-raciais considerados a minoria.
Este artigo objetiva relatar as experiências vivenciadas e os estudos realizados na primeira etapa do projeto de extensão Infância, Interculturalidade e Etnomatemática na Educação Infantil: o atendimento à criança indígena, promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Naviraí, no ano de 2018. Elegeram-se como referenciais teóricos: documentos e produções científicas sobre os temas da Interculturalidade na educação e elementos da história e da cultura das etnias Kaiowá e Guarani que vivem em Mato Grosso do Sul (MS). A produção de dados parte de informações obtidas via respostas de um questionário, com questões abertas e fechadas, desenvolvido junto a um grupo de professoras da rede municipal de educação local, as quais foram público-alvo da ação extensionista. As informações coligidas inicialmente por este instrumento permitiram fazer inferências tanto quantitativas quanto qualitativas. No contexto dos encontros do curso, foi possível evidenciar dados para a compreensão, especificamente, sobre processos comportamentais e relacionais entre professoras e as crianças indígenas matriculadas na Educação Infantil. As informações obtidas e apresentadas neste artigo detalham impressões de um ambiente intercultural, exercício reflexivo à questão do atendimento de crianças indígenas no contexto educacional urbano. Diante dos dados e resultados da experiência em pauta, concluímos em defesa da necessidade de investimentos em estudos aprofundados na questão e levantamos a importância de considerar a cultura híbrida como um caminho para não aculturação da infância indígena.
O artigo objetiva discutir contribuições da pesquisa em Psicologia da Educação Matemática e suas potencialidades quando esta tem como foco a formação inicial de professores dos anos iniciais. Para tanto, apresentaremos as ações que estão sendo desenvolvidas no projeto de pesquisa "Implicações da prática investigativa na mudança de atitude e crença de autoeficácia em relação à Matemática no curso de Pedagogia". A primeira ação, consiste no mapeamento de teses e dissertações que correlacionem o conceito de "atitude" com a formação de professores. A segunda, pretende compreender em que medida a pesquisa de trabalho de conclusão de curso (TCC) contribui para a constituição da identidade de professoras em seus primeiros anos de docência. Centrada em uma abordagem qualitativa, a produção de dados se deu no contexto de dois planos de trabalho do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq/UFMS). Os resultados deste estudo trazem indícios de que há poucos estudos em Psicologia da Educação que tenham como foco o conceito de atitude e formação de professores. Também há indícios da contribuição do desenvolvimento do TCC na área de Educação Matemática para ampliação do repertório didático-pedagógico, como também para a superação das dificuldades decorrentes dos ritos de iniciação.
Relatamos resultados de uma investigação que teve como base analisar as contribuições de uma ação de extensão à formação continuada de professor@s. Objetivou-se compreender quais são os impactos deste curso à promoção de práticas pedagógicas que valorizem a Interculturalidade na perspectiva da Etnomatemática. Elegeu-se como referencial teórico, documentos e produções científicas sobre as temáticas-chaves da discussão em uma ampla relação com a cultura indígena. Para a produção dos dados, adotou-se uma descrição e análise do percurso vivenciado pelo grupo de cursistas, bem como de um roteiro de entrevista semiestruturado realizado com duas colaboradoras. As impressões da realidade educacional evidenciam que existem algumas barreiras para que o atendimento à infância indígena se faça de forma mais inclusiva, uma vez que, a cultura escolar ainda insiste em abordagens estereotipadas sobre os modos de produção e de vida das etnias
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