O presente artigo faz um levantamento histórico de relatos sobre a presença e atuação de mulheres, sobretudo de mulheres negras, em festividades no Rio de Janeiro no século XIX. Buscamos (re)arquitetar cenas de convívio social, afim de destacar as subversões temporárias das posições “subalternizadas” da cultura negra e das mulheres em momentos de festa. Com isso, procuramos contribuir com reflexões mais aprofundadas no campo das culturas urbanas, ao considerar as especificidades das experiências históricas dos grupos minoritários que nas práticas artísticas e musicais de perfil politicamente engajado na contemporaneidade. Tendo em vista, as cenas culturais vinculadas a pauta do feminismo da atualidade buscamos destacar a presença histórica das mulheres nos processos culturais da cidade.
A partir de observações de campo, entrevistas informais e semiestruturadas realizadas entre 2018 e 2019, procurou-se neste artigo dar continuidade às reflexões em torno da trajetória da cidade balneária de Rio das Ostras (que foram iniciadas em 2015) no que tange as potencialidades transformadores da música em contribuir de forma significativa para desenvolvimento da localidade: inclusive, o governo municipal chegou a encaminhar em 2019 a candidatura dessa urbe como cidade criativa da UNESCO. Buscou-se analisar particularmente as articulações e tensões entre os atores, especialmente no momento em que a gestão pública ensaia valorizar a música como vetor de desenvolvimento socioeconômico, apostando na articulação desse tipo de expressão artística com a cadeia do turismo, gastronomia e, de modo geral, do entretenimento.
Buscamos refletir sobre os processos de regulação da cultura de rua no Rio de Janeiro. Os espaços privados são, em sua maioria, altamente submetidos à vigilância e por isso, tendem a se ajustar de formas mais intensa às políticas de censura e regulação. A rua, por sua vez, é espaço difuso e fragmentado, de difícil apreensão e controle, por onde são forjadas práticas que desafiam a estrutura vigilante da cultura. O controle das práticas culturais de rua apresenta, nesse sentido, dificuldades específicas vinculadas ao <em>ethos</em> da rua que se refere aos nomadismos, às práticas criativas e à coletividade. Para tanto, discutiremos a legislação dos eventos de rua na cidade do Rio de Janeiro, as novas proposições de regulação e as práticas dissensuais que se apresentam na contramão desse cenário de enrijecimento no controle das práticas culturais de rua na cidade.
O artigo objetiva refletir sobre as práticas festivas do carnaval de rua não oficial do Rio de Janeiro, privilegiando a perspectiva do corpo. Os desfiles dos blocos carnavalescos são marcados por ativismos diversos que se articulam, sobretudo, entorno da pauta da ocupação dos espaços da cidade. Nesta comunhão entre festa e política podemos perceber a centralidade do corpo como elã vital entre a experiência festiva e as práticas engajadas politicamente. Para compreender estes movimentos festivos de perfil engajado entendemos que a perspectiva do corpo é, a priori, uma dimensão decisiva a ser analisada. Desse modo, alicerçamos nossa compreensão no entrelaçamento de uma perspectiva ecosófica (MAFFESOLI, 2010; 2014) associada à uma prática metodológica corpográfica (JACQUES, 2012).
Praticando errâncias por ambientes urbanos, compreendemos que determinadas cidades se delineiam enquanto arquipélagos (ilhas-redes) e não como uma unidade moderna (centro-periferia). Neste artigo, praticamos uma corpografia pelas ruas do Rio de Janeiro e consideramos a mutabilidade constante das conformações dos espaços pelas experiências sonoros-musicais. Investigamos um processo de comunicação-comunhão entre práticas estéticas, sonoras, sensíveis e visuais que se articulam na cidade. Essas coexistências comunicam-se nas cidades-arquipélagos por meio de “portas e pontes” (em todas suas modulações técnicas e imaginárias), como sugeridas por Simmel (2013). O trabalho integra as pesquisas das Cartografias Sensíveis das Cidades Musicais do Rio de Janeiro, elaboradas pelos grupos CAC-UERJ e NEPCOM-UFRJ
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