Via análise de 837 dados de 1887 a 2012, provenientes de revistas históricas do Instituto do Ceará, mostramos como a forma de pretérito mais-que-perfeito simples foi perdendo espaço ao imperfeito do subjuntivo na codificação da função conjuntiva, especializando-se em contextos bastante restritos, especialmente aqueles nos quais há verbo de estado, dicendi ou modal, bem como ausência de conector. Ademais, seu principal nicho de ocorrência é a sincronia de 1887 a 1899. Em análise global, os dados estão assim distribuídos: 39 dados de pretérito mais-que-perfeito simples, 609 dados de pretérito imperfeito do subjuntivo, 85 de pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo, 11 de perífrase verbal do mais-que-perfeito simples do indicativo e 93 de perífrase verbal do pretérito imperfeito do subjuntivo. Em termos teóricos, aludimos a dois dos princípios de mudança propostos por Weinreich, Labov e Herzog (1968): transição e restrições. Mostramos o cenário de transição, ao considerarmos tendências de uso de cada uma das formas sob análise por sincronia: 1887-1899; 1944-1956 e 2000-2012, bem como restrições de uso, ao mapearmos contextos de ocorrência por tipo verbal, uso de conector, polaridade, tipo oracional, gênero textual e sincronia. Trata-se de empreitada que possibilita mais conhecimento sobre a gramática do Português e sobre a história da língua, por mostrar como certas mudanças foram consolidadas, que fatores contribuíram e quais são, ainda, os contextos de resistência. Palavras-chave: função conjuntiva, pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo.
O presente artigo, à luz do que preveem os critérios analíticos da Análise do Discurso de corrente francesa, da Linguística Textual e de assunções teóricas com as Retóricas clássica e moderna, pretende analisar e discutir a construção da prova argumentativa do ethos a partir de três imagens discursivas constituídas pela rapper brasileira Karol Conká. Para tanto, realizou-se um recorte do nosso objeto de investigação, que consiste nas representações éticas elaboradas pela cantora no marco temporal antes, durante e após sua participação no reality show Big Brother Brasil 21. Ademais, a pesquisa deseja observar como essas imagens construídas apresentam os posicionamentos discursivos assumidos e a orientação argumentativa dos textos produzidos pelo sujeito enunciador em questão, na medida em que utilizamos tais pressupostos como parâmetros de análise para as reflexões aqui empreendidas. Assim, o estudo apoia-se nos subsídios teóricos oferecidos por Amossy (2008), Maingueneau (2008) e Cavalcante et al. (2019), para que, dessa maneira, possamos teorizar e credibilizar as nossas examinações. Ao término do trabalho, chegamos à conclusão de que Karol Conká, a depender do contexto comunicativo em que se encontrava, construía um ethos diferente, agindo de forma estratégica e, essencialmente, argumentativa, e assim elaborava uma imagem discursiva e textual de si que melhor atendia aos seus propósitos comunicativos em uma dada interação. Isso leva à conclusão de que, em um mesmo ser enunciador, é possível o estabelecimento de ethé completamente distintos, ainda que em um espaço de tempo relativamente curto.
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