Este texto discute os significantes vazios nas políticas educacionais endereçadas à Educação Básica (EB) a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), dialogando com autores do campo curricular que problematizam os sentidos de crise e qualidade na educação que subsidiam o contexto reformista. Propõe-se, assim, a reflexão sobre as diferentes práticas discursivas a respeito das crises de paradigmas educacionais entrecruzando-se com discursos que problematizam a projeção de tipos humanos nas produções curriculares, conectando sentidos como formação humana e humanismo. Destaca-se a virada do pensamento pedagógico que se antagoniza, principalmente, ao discurso da decodificação das habilidades e competências, atualmente emergente nas políticas de currículo para EB, ressaltando as articulações que possibilitaram a significação de currículo como política cultural. Como superfície de análise e reflexão, elegemos o discurso da BNCC no tocante à formação, ao desenvolvimento integral e às habilidades socioemocionais apresentados como princípios humanizadores para o currículo visando ao desenvolvimento global.
Neste texto, objetivamos desestabilizar a significação essencializada para a identidade do/da professor/a, bem como questionar a responsabilização/culpabilização docente pelos resultados da escolarização nas políticas para a formação de professores. Recorremos à teoria do discurso (TD), de Laclau & Mouffe, e à perspectiva discursiva das políticas curriculares, desenvolvida por Lopes & Macedo no Brasil. Defendemos que os projetos de futuro para a formação de professores, em um cenário delineado pela crise educacional e pelo risco à democracia, vêm produzindo sentidos horríficos e beatíficos no âmbito das políticas educacionais. As matrizes de substituição da ordem e do reconhecimento, ou seja, na ordem da economia, quer seja da família, da escola, da justiça, precipitam, na radical contingência, que a decisão seja assumida pelos sujeitos menos pelo rationale que possa comportar e mais pela radical indecidibilidade constitutiva da responsabilidade marcada pela ausência de certezas e pela urgência da decisão/autoria.
Neste texto, objetivamos desestabilizar a significação essencializada para a identidade do/da professor/a, bem como questionar a responsabilização/culpabilização docente pelos resultados da escolarização nas políticas para a formação de professores. Recorremos à teoria do discurso (TD), de Laclau & Mouffe, e à perspectiva discursiva das políticas curriculares, desenvolvida por Lopes & Macedo no Brasil. Defendemos que os projetos de futuro para a formação de professores, em um cenário delineado pela crise educacional e pelo risco à democracia, vêm produzindo sentidos horríficos e beatíficos no âmbito das políticas educacionais. As matrizes de substituição da ordem e do reconhecimento, ou seja, na ordem da economia, quer seja da família, da escola, da justiça, precipitam, na radical contingência, que a decisão seja assumida pelos sujeitos menos pelo rationale que possa comportar e mais pela radical indecidibilidade constitutiva da responsabilidade – marcada pela ausência de certezas e pela urgência da decisão/autoria.
Este texto discute a ressignificação curricular após a normatização da Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2018; Resolução CNE/CP nº 2/2017 (BRASIL, 2017a) e Parecer CNE/CP nº 15/2017 (BRASIL, 2017b)), entendida como política educacional regulatória ampla que projeta sentidos, identidades e garantias para a Educação Básica. Objetiva abordar o processo reformista (BALL, 2002, 2010) a partir da realidade de Mato Grosso, de modo a descrever a lógica de cascateamento proposta pelo Ministério da Educação (MEC) nos dois primeiros ciclos de implementação da BNCC. Tendo em vista a negociação global e local, são apresentados sentidos que indicam a fragilidade do conceito de implementação como norteador para a proposição de um “novo currículo” às escolas (MATO GROSSO, 2018). Como aporte teórico, o trabalho em tela pauta-se na compreensão de Política de Ball (2002, 2010), Mainardes (2006, 2018) e na perspectiva discursiva, de Lopes (2011). Como estratégia analítica, o trabalho recorre aos pressupostos da Análise Retórica, conforme proposto por Leach (2002) e Charaudeau e Maingueneau (2008). Os resultados indicam a produção curricular como ação dinâmica e passível de ressignificação em realidades diversas. Nesse sentido, a experiência de produção curricular no contexto mediador das políticas – as secretarias de educação – tendem a tanto reproduzir aspectos mandatários para outros locais, conduzindo práticas discursivas de normatização conforme o Ministério da Educação, como ressignificar a intencionalidade educativa projetada para um âmbito normativo mais restrito, em municípios e escolas.
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