A compreensão do perfil e dos aspectos institucionais e acadêmicos que envolvem os estudantes cegos no ensino superior se mostra de grande relevância para a reflexão sobre a efetividade das políticas afirmativas já existentes e como forma de subsidiar ações mais assertivas em relação ao atendimento especializado a esse público. O artigo é de cunho quantitativo e exploratório baseado em dados secundários dos microdados do Censo do Ensino Superior de 2018 (CenSup). Ele descreve o perfil e a inserção de estudantes cegos em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas brasileiras, de acordo com características sociodemográficas e institucionais. Os dados foram analisados utilizando estatística descritiva. Em 2018, 2.537 estudantes cegos haviam se matriculado, 37,8% em IES públicas e 62,2% em IES privadas. Nesse cenário, duas questões orientam este estudo: em que tipo de instituição e área de conhecimento se dá a inserção desses estudantes? E, qual seu perfil sociodemográfico? Os resultados mostram a prevalência de matrículas de estudantes cegos na rede privada, distribuídas em 462 Instituições de Ensino Superior (IES), principalmente no segmento universidades (60,9%) e na modalidade de ensino presencial (75,8%). Os cursos superiores mais frequentados são nas áreas de Educação, Negócios, Administração e Direito. A maioria desses estudantes é do sexo masculino (55%), autodeclarados brancos (45,4%) e na faixa etária de até 30 anos de idade (62,9%).
O estudo teve como propósito investigar o processo de interiorização da Pós-Graduação (PG) no Brasil a partir de uma universidade pública localizada na região Sul. Trata-se da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A trajetória da PG em uma instituição localizada no interior do país revela aspectos importantes do processo de interiorização. A pesquisa foi desenvolvida por meio da análise documental e da sistematização dos indicadores disponíveis na Plataforma Sucupira. Além disso, foi realizado um estudo com os egressos da PG da instituição. Do total de egressos (564), 341 participaram da pesquisa. O estudo evidenciou que o crescimento do número de cursos de PG na UFFS (2012-2021) foi de 1.600%. O tempo médio de titulação (2014-2020) foi de 24,7 meses e a evasão anual (2013-2020) foi de 6,45%. Os egressos são majoritariamente mulheres (72,1%); brancos (82,4%); com residência nos estados da região Sul (98,8%) e atuação principal em instituições públicas (61,3%).
A pós-graduação brasileira (PG) tem crescido exponencialmente nas últimas décadas. A expansão, no entanto, não tem ocorrido de forma uniforme em todas as regiões do país. As desigualdades e as assimetrias regionais e intrarregionais persistem. A redução das assimetrias tem ocorrido de forma lenta. O presente estudo teve como propósito investigar o processo de interiorização da PG no Brasil a partir de uma unidade específica da federação: Santa Catarina (SC). A partir dos dados gerais da PG no Brasil e em SC, optou-se por concentrar a investigação em uma região específica deste estado: a Oeste. O estudo foi desenvolvido por meio da pesquisa documental e a sistematização e análise dos principais indicadores da PG disponíveis na Plataforma Sucupira e nas bases do GeoCapes. Os dados apontam que a expansão da PG na região Oeste foi capitaneada pelas instituições de ensino superior (IES) sem fins lucrativos. Em 2019, as IES sem fins lucrativos ofertavam 72,4% dos cursos de PG, contra 27,6% das IES públicas e 0% do setor privado com fins lucrativos. O primeiro curso de PG na região Oeste foi recomendado pela CAPES em 2005. Em 2019, a região ofertava 29 cursos (24 mestrados e 05 doutorados), correspondendo a 9,9% do total dos cursos em SC. A UFFS, UNOESC e UNOCHAPECÓ respondem por 82,7% da oferta de cursos. A cidade de Chapecó concentra 71,4% dos cursos de PG da região.
A autoavaliação ganhou centralidade nas políticas de avaliação da pós-graduação no Brasil nos últimos anos. O acompanhamento dos egressos, por seguinte, tem sido recomendado como uma dimensão central do processo de qualificação dos programas de pós-graduação. A centralidade desses temas motivou a realização do presente estudo, cujo propósito principal foi analisar a percepção dos egressos acerca de seus percursos formativos na pós-graduação. De modo mais específico, procuramos compreender como os egressos avaliam (i) a qualidade dos cursos; (ii) a importância e a relevância da formação realizada; (iii) os impactos do curso na trajetória profissional e; (iv) as potencialidades e as fragilidades e as sugestões de aprimoramento. O estudo foi realizado com os egressos de uma universidade pública federal localizada na região Sul do Brasil. O principal instrumento para a coleta de dados foi um questionário. O estudo evidenciou, entre outros resultados, que os egressos são, em sua grande maioria, mulheres (72,1%), brancos (82,4%), com idade de até 35 anos (66,9%) e residentes nos Estados da região Sul (98,8%). A maior parte deles considerou boa e ótima a qualidade dos PPG. As dimensões mais bem avaliadas foram a “qualidade do corpo docente” e a “relação entre orientador/orientando”. Os quesitos menos bem avaliados foram a “internacionalização” e a “inovação”. A qualificação do corpo docente foi a potencialidade mais citada pelos egressos, enquanto a internacionalização foi considerada a dimensão mais frágil dos programas. A grande maioria dos egressos encontra-se empregada (87,4%), com atuação principal em instituições públicas. Para 68,6% dos egressos o curso agregou muita na formação e na carreira profissional. Cerca de 63,1% informaram que houve incremento salarial após a conclusão do curso.
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