Resumo: Este trabalho visa descrever o conhecimento em saúde mental construído pelo agente comunitário de saúde, concomitante à produção de cuidado em saúde mental. Trata-se de pesquisa qualitativa, cujo referencial teórico é o Construcionismo Social. Os dados foram produzidos em grupos focais, analisados e elencados nas seguintes categorias temáticas: "A gente precisa orientar as famílias", que agrupa os sentidos relacionados à construção do cuidado às famílias que convivem com o sofrimento mental; "Só de você parar e ouvir...", onde se descrevem os repertórios relacionados ao uso de tecnologias relacionais de cuidado; "Nós sabemos disso, porque nós andamos ali", que delineia as estratégias para construção de saberes e, finalmente, a categoria que descreve os sentidos do medo do louco: "A gente tem medo daquilo que a gente vê". Conclui-se que os conhecimentos construídos no cotidiano de trabalho dos agentes comunitários de saúde, quando refletidos e sistematizados, são potentes para a produção de práticas de cuidado condizentes com o paradigma psicossocial de atenção a pessoas e famílias em sofrimento mental. Palavras-chave: saúde mental; agentes comunitários de saúde; conhecimento, atitude e práticas em saúde.
Viviane dos Santos Souza Enfermeira. Mestre em Enfermagem e Saúde pela Uesb. Especialista em Saúde Mental pela Uesc. Professora assistente da Uesc. Membro do Grupo de Pesquisa em Saúde Mental da Uesc e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde Mental: Loucos por Cidadania da Uesb. Construção social da aprendizagem em saúde mental e saúde da família. Elas incluem, além das citadas, a valorização da pesquisa, do rigor metodológico, do pensamento crítico, da ética e da estética (ou, como Freire gostava de dizer, "decência e boniteza" (2002, p. 20)) e da ligação entre teoria e prática como apoios fundamentais para o ato de educar. Por fi m, a nona frase de Freire sobre o ensinar-que é, provavelmente, a menos explícita delas-merece ser olhada com mais cuidado dentro do tema que será explorado pelo livro organizado por Rozemere Cardoso de Souza e Josenaide Engracia dos Santos: "Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural" (2002, p. 18). Como assim, assunção da identidade cultural? E o que isso tem a ver com saúde mental na atenção primária? Podemos compreender que o trabalho em saúde confi gura uma subcultura, ou seja, um universo de códigos e símbolos específi cos que são compartilhados somente entre as pessoas que trabalham com saúde. Dentro dessa subcultura existem diversas outras. A saúde mental e a saúde da família são dois campos com características, valores, missões e cotidianos muito peculiares. Alguns desses elementos são bastante sobreponíveis. Como exemplo, podemos citar a importância, para ambas, do conceito de comunidade e da herança histórica advinda da reforma sanitária. Outros pontos, no entanto, são bastante distintos, especialmente aqueles que tocam o trabalho cotidiano nos serviços de saúde mental e nas Equipes de Saúde da Família. Há, portanto, identidades culturais que se apresentam e se ocultam nesse processo. Sumário INTRODUÇÃO-Construção social do processo ensino/aprendizagem em saúde mental Rozemere Cardoso de Souza Josenaide Engracia dos Santos .
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