Detectar fatores associados ao risco ou à proteção para a COVID-19 é imprescindível para se determinar possíveis políticas públicas de prevenção relacionadas às condições epidêmicas. O objetivo deste estudo é analisar o perfil epidemiológico, bem como analisar as variáveis preditoras de risco e proteção para a COVID-19 na região sul do Brasil. Foi realizado um estudo epidemiológico, com base em uma série temporal de 34 semanas e a partir da base de dados sobre a COVID-19 provenientes das Secretarias de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Foram utilizados cálculos de prevalência, incidência, tabelas de frequência, teste qui-quadrado, razão de chance (odds ratio) e regressão binária por meio do programa estatístico SPSS, v.22. Os resultados deste estudo indicaram que as variáveis estado, sexo, faixa etária e comorbidade predizem a condição de pessoas contaminadas de se recuperarem, falecerem, manifestarem sintomas ou serem internadas em virtude da COVID-19.
Este estudo tem por objetivo analisar o perfil epidemiológico da COVID-19 em Santa Catarina. Foram estudados os coeficientes de prevalência, incidência, mortalidade e letalidade, com base nos dados secundários fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina acerca da distribuição de casos confirmados da COVID-19 no período de 14 semanas (28 de fevereiro a 30 de maio de 2020), e segundo o sexo, a faixa etária e a macrorregião de referência. Os resultados apontam que as taxas de prevalência de casos ativos e incidência em Santa Catarina foram ascendentes, mas de tendência linear, diferentemente da curva exponencial verificada no Brasil, no mesmo período de tempo. Constatou-se uma maior prevalência de casos ativos entre as mulheres, mas um maior número de óbitos e maior taxa de letalidade entre os homens, em praticamente toda a série temporal considerada. As maiores prevalência e incidência da COVID-19 foram detectadas nas faixas entre 20-39 e 40-59 anos, grupos mais sujeitos à exposição e disseminação do vírus, e menor incidência foi detectada na população mais jovem (0-19 anos). A taxa de letalidade por faixa etária mostrou-se especialmente significativa entre os mais idosos. As macrorregiões do Grande Oeste e Foz do Rio Itajaí foram as que mais aportaram casos acumulados da COVID-19, tanto em termos de prevalência quanto de incidência. Novos estudos durante a após a pandemia devem avançar no entendimento da disseminação da doença em Santa Catarina e no Brasil.
Os impactos globais na saúde pública e na economia provocados pela pandemia da COVID-19 salientaram as fragilidades dos sistemas de preparação para crises e emergências tanto do Estado como das empresas. O trabalho, emprego e renda foram notadamente afetados e a insegurança pelo futuro devido às perdas econômicas, temor pelo contágio, mudanças na rotina e aumento de estressores ambientais afetaram os trabalhadores, especialmente os profissionais da saúde na linha de frente do combate à pandemia. Este artigo se propõe a discutir os impactos da COVID-19 no trabalho e na saúde mental dos trabalhadores da saúde. Para isso, analisou-se a produção do conhecimento mais recente sobre os impactos da COVID-19 no trabalho e renda e sua relação com evidências de sintomas de agravos à saúde mental entre os trabalhadores, em especial os profissionais da saúde. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, lastreada em bases de dados internacionais, relatórios de agências internacionais e legislação pertinente. Os resultados demonstram que a exposição prolongada ao agente patogênico, temor pelo contágio, jornadas de trabalho intensivas, estressores ambientais e ocupacionais, necessidade de lidar com as demandas psicológicas dos pacientes e os dilemas éticos na tomada de decisão tornam os profissionais de saúde susceptíveis a uma perda na qualidade de vida durante e após a pandemia.
Objetivo: O objetivo deste artigo foi analisar a produção do conhecimento sobre a percepção de empregabilidade em trabalhadores. Método / abordagem: Foi realizada uma revisão integrativa sobre a percepção de empregabilidade de trabalhadores no mercado de trabalho contemporâneo, abordando as diversas interferências contextuais, sejam elas internas ou externas e, também, a as relações entre a dinâmica do mercado de trabalho e das inovações tecnológicas nas trajetórias de carreira. Principais resultados: A empregabilidade não se constitui apenas um resultado, mas como a quantidade de recursos de empregabilidade que as pessoas possuem. Percepções mais fortes de empregabilidade resultam em uma perspectiva mais positiva no trabalho, refletindo na avaliação da volatilidade e inseguranças do mercado de trabalho como menos ameaçadoras. Além disso, mostra-se positivamente associada à satisfação com a vida, controle, otimismo, suporte no desenvolvimento e sucesso na carreira, bem como com engajamento, comprometimento organizacional e níveis mais baixos de exaustão no trabalho. Contribuições metodológicas / sociais / gerenciais: Foi realizada uma discussão sobre a percepção de empregabilidade em seus fundamentos teóricos e perspectivas analíticas de investigação, considerando a perceptiva individual e a influência de fatores contextuais. A revisão integrativa buscou exaurir os principais aspectos salientes ao entendimento do fenômeno da empregabilidade e sua relação com o repertório socioprofissional dos trabalhadores e os desafios e oportunidades do mundo do trabalho. Originalidade / relevância: O estudo contribui ao examinar as diferenças entre a empregabilidade e a percepção de empregabilidade para avançar no entendimento de seus antecedentes e repercussões nas trajetórias de carreira.
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