A partir da Lei da Alimentação Escolar, destaca-se o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos à aquisição de gêneros alimentícios através do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Entretanto, a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, localizada no Pará, contém escolas que no momento carecem de infraestrutura e de nutrientes adequados. O objetivo do trabalho foi levantar informações junto aos beneficiários da RESEX sobre seu potencial de produção alimentícia para atendimento da rede pública escolar comunitária. Foram realizadas reuniões em 24 Escolas-Polo, a partir da metodologia do Diagnóstico Rápido e Participativo de Agroecossistemas, foram obtidas informações de infraestrutura, alimentos disponíveis e a produtividade anual por cada família. Todas as escolas possuem gerador de energia, fator limitante pois a RESEX não possui rede elétrica. O transporte dos alimentos até as escolas não possui as adequações necessárias, como as câmaras frias. Foram mencionados no diagnóstico 64 gêneros alimentícios pelos comunitários, sendo os mais indicados a farinha e seus derivados e a galinha caipira. Os resultados demonstraram que existe produção e diversidade de produtos, porém não foi possível comprovar a produção de excedentes para atendimento satisfatório das demandas da alimentação da rede pública escolar comunitária, em virtude de poucos produtores terem aderido ao preenchimento dos questionários, apenas 10% das unidades familiares de 3500 famílias. Evidencia-se que, apesar das dificuldades com o transporte e refrigeração, os comunitários demostraram interesse e possuem disponibilidade para a comercialização dos gêneros junto ao PNAE, entretanto é necessário adequar o beneficiamento dos produtos para a realidade da unidade de conservação.