A Saúde do Trabalhador (ST) refere-se a um campo do saber que compreende as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença de modo articulado a um corpo de práticas teóricas interdisciplinares. No contexto das possibilidades para se efetivar a ST na amplitude que exige este conceito, diferentes iniciativas de Educação Popular em Saúde se articulam com demandas do Controle Social em Saúde, permitindo novas abordagens para configurar a formação crítica e ativa de trabalhadores de saúde e movimentos sociais no mosaico das políticas de ST. Este artigo busca refletir sobre essas possibilidades a partir do Projeto de Extensão “Vidas Paralelas”. A sistematização da experiência permitiu concluir que estratégias de diálogo, organização político-social e troca de experiências de vida se apresentam como cenário significativo no compartilhamento de cultura e saúde do trabalhador, oportunizando crescimento coletivo e melhor qualidade de vida.
Objetivo: Relatar a experiência da realização de oficinas de capacitação sobre o novo financiamento da Atenção Primária à Saúde como estratégia para alcance de seus indicadores, em uma Unidade Básica de Saúde Integrada em um município do alto sertão paraibano. Método: Relato de experiência realizado com profissionais da Estratégia Saúde da Família de uma Unidade Básica integrada de três equipes, localizada em um município do alto sertão paraibano. Para obtenção dos dados, foram realizadas, pelas Residentes em Saúde do Programa de Pós-graduação em Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva, três oficinas, entre os dias 13, 14 e 15 de abril de 2021, sendo a amostra composta por enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde, Odontólogos, auxiliares administrativos e profissionais do NASF-AB, excetuando-se apenas os profissionais médicos. Resultados: As oficinas tiveram a adesão de grande parte dos profissionais das equipes da unidade, e atingiu sua finalidade ao propiciar um espaço para discussão e trocas de conhecimentos sobre o Programa Previne Brasil e ao estimular o protagonismo e a participação através do uso de metodologias ativas no desenvolvimento de estratégias próprias para alcance das metas, em conformidade com a realidade e capacidades de cada equipe. Sendo utilizadas como instrumento para incentivar o desenvolvimento das estratégias e alcançar as metas dos indicadores, as oficinas desenvolveram papéis indispensáveis. Foi observado que as responsabilidades impostas sobre os profissionais, atreladas à falta da capacitação necessária, provocam incertezas sobre a efetividade do trabalho realizado no alcance dos critérios do custeio ativo. Uma preocupação perceptível nas falas dos profissionais de todas as categorias girou em torno dos meios de adaptação necessários ao serviço para responder as demandas do programa e a continuidade da assistência mesmo em meio à pandemia. Conclusão: A oficina sobre o Programa Previne Brasil sensibilizou os profissionais para corresponsabilização das ações que impactam no alcance das metas e na qualidade do atendimento da UBS às populações e no fortalecimento da APS. O alcance dos indicadores, além de significar aumento no repasse do custeio, reflete no processo de trabalho das equipes, proporcionando uma oferta assistencial mais eficaz e de qualidade destinada à população. Este relato poderá ser utilizado como subsídio para reprodução e elaboração de atividades semelhantes, a fim de lidar com os desafios e constantes mudanças do novo modelo de financiamento.
PALAVRAS-CHAVE: Atenção Primária à Saúde; Financiamento da Saúde; Indicadores Básicos de Saúde.
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