O objetivo do estudo foi analisar os fatores demográficas e clínicos associados ao óbito por Aids. Este foi um estudo transversal, analítico, realizado com dados obtidos do Sistema de Informação de Agravo e Notificação HIV/Aids pertencentes a Macro Região Norte do Estado do Paraná, notificados no período de 2007 a 2019. Modelo de regressão de Poisson com variância robusta foi utilizado para estimar a razão de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%), adotando um nível de significância de 0,05. Dos 5.591 casos notificados, 14,7% evoluíram a óbito por Aids no período. Na análise multivariada, o óbito foi associado ao sexo masculino (RP=1,38; IC95% 1,17-1,63), indivíduos sem escolaridade e até 8 anos de estudo (RP= 2,54; IC95% 1,81-3,57 e RP= 1,81; IC95% 1,51-2,16), heterossexuais (RP= 1,58; IC95% 1,28-1,94) e usuários de drogas injetáveis (RP= 1,67; IC95% 1,27-2,19). Contagem de linfócitos T CD4+ menor que 350 cel/mm³ foi o sinal clínico com maior prevalência de notificações e esteve associado ao óbito (1,43 (1,23-1,66). Criptococose extrapulmonar (RP= 3,90; IC95% 3,06-4,96), toxoplasmose cerebral (RP= 3,27; IC95% 2,72-3,92) e disfunção do Sistema Nervoso Central (RP= 2,84; IC95% 2,42-3,33) foram infecções oportunistas fortemente associadas ao óbito por Aids. Conclui-se que a mortalidade por Aids esteve associada aos homens, menor escolaridade, heterossexuais, uso de drogas injetáveis, apresentação de sinais clínicos e infecções oportunistas. Diagnóstico e tratamento oportuno e rastreio de infecções oportunistas devem ser priorizados a fim de reduzir a mortalidade dessa população.