O objetivo deste trabalho foi avaliar uma experiência de atendimento de grupo em Orientação Profissional segundo o enfoque da Análise do Comportamento. Procurou-se avaliar as mudanças ocorridas no comportamento dos adolescentes quanto aos indicadores da escolha profissional. Participaram da intervenção dez adolescentes, de ambos os sexos, com idades entre 15 e 19 anos, alunos do Ensino Médio. O programa constou de nove sessões semanais estruturadas para discussão da problemática vocacional, focalizadas no desenvolvimento de auto-conhecimento e conhecimento das profissões. Antes do início e ao final dos atendimentos foi aplicado um instrumento contendo questões referentes aos indicadores da escolha profissional para levantamento de dados a serem comparados. Os resultados mostraram que 50% dos adolescentes conseguiram efetivar a escolha profissional e os outros 50% avançaram quanto aos critérios pessoais de seleção profissional. Estes resultados indicam que o modelo parece efetivo e necessita ser aprimorado para alcançar as necessidades de todos os adolescentes que procuram pelo Programa.
O presente artigo relata um estudo que investigou o efeito de um treino, com supervisões de acordo com a Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) sobre a identificação feita pelo terapeuta de comportamentos clinicamente relevantes de seu cliente. O método consistiu de um delineamento A/B aplicado a 15 sessões de psicoterapia. As sessões foram conduzidas por um terapeuta iniciante e um cliente cujo problema clínico estava centrado em dificuldades interpessoais. Nas cinco sessões iniciais o terapeuta em treino recebeu uma supervisão convencional e leu literatura sobre assertividade. A partir da quinta sessão o terapeuta recebeu a supervisão conforme a FAP. Os principais componentes da supervisão foram o preenchimento de um questionário (FIAT), que investiga padrões de comportamento interpessoal, a modelagem direta pelo supervisor no aqui/agora da supervisão de comportamento interpessoais relevantes para a terapia, a indicação de bibliografia sobre a FAP e discussão das leituras, além de esclarecimentos acerca dos comportamentos clinicamente relevantes do cliente. Os resultados indicaram que após a introdução da FAP, o participante tendeu a indicar mais comportamentos do cliente relacionados à melhora e mais verbalizações de autoconhecimento, enquanto que as indicações dos comportamentos relacionados ao problema tenderam a decrescer ao longo das sessões. Os resultados sugerem que o terapeuta passou a indicar dimensões do comportamento de seu cliente que iam além do problema clínico. Tais resultados foram discutidos em termos das contribuições da FAP para a promoção da mudança clínica que se torna mais viável quando as dimensões comportamentais que possibilitam a modelagem direta na sessão são percebidas pelo terapeuta.
O artigo visou identificar o padrão de interação entre odontopediatras e crianças atendidas em uma clínica do bebê de uma universidade pública brasileira. Participaram do estudo duas crianças consideradas pelos dentistas cooperativas, duas consideradas opositoras em relação ao procedimento e os profissionais que as atenderam. Um inventário foi aplicado a fim de excluir crianças com problemas comportamentais em grau clínico. As interações entre criança e odontopediatra foram filmadas e os dados foram analisados, medindo-se a freqüência das respostas de cooperação e não-cooperação, no decorrer de quatro procedimentos. Observou-se que os comportamentos cooperativos das crianças se relacionam com as chamadas condutas positivas dos profissionais, enquanto os comportamentos opositores estiveram fortemente associados às ditas condutas negativas dos odontopediatras. Os resultados foram discutidos considerando os comportamentos das crianças e dos profissionais em pontos críticos para execução dos procedimentos e para o bem-estar do paciente.
RESUMO -A Análise do Comportamento adota duas posições distintas sobre a observação enquanto procedimento metodológico. Na análise experimental, tende-se a aceitar apenas a descrição de relações funcionais entre variáveis observáveis. Na análise interpretativa, contudo, relações funcionais entre variáveis observáveis e não-observáveis são inferidas. A posição da filosofia behaviorista radical sobre a questão torna-se mais clara quando examinada a partir da influência do operacionismo sobre a Psicologia, em especial nas décadas de 30 e 40. O presente artigo propõe-se a realizar tal exame, apoiando-se na literatura dedicada ao assunto e nos escritos de Skinner. Concluiu-se que a análise de eventos privados, proposta por Skinner: (1) é de natureza interpretativa; (2) refere-se, pelo menos em parte, a eventos inobserváveis publicamente; (3) lança mão, em alguma medida, da introspecção enquanto método; (4) lança mão, em alguma medida, de inferências sobre o mundo privado do outro.Palavras-chave: observação; Behaviorismo Radical; Análise do Comportamento; operacionismo; positivismo lógico. On Observation as a Methodological Procedure in Behavior Analysis: Logical Positivism, Operationism and Radical BehaviorismABSTRACT -Behavior Analysis adopts two distinct viewpoints about observation as a methodological procedure. In the experimental analysis, it tends to accept only the description of the functional relations among observable variables. In interpretive analysis, however, it infers functional relations among observable and unobservable variables. The radical behaviorist stance about this topic becomes clearer when examined from the influence of operationism over Psychology, especially in the 30's and 40's. This paper aims to accomplish such an examination, based on the specialized literature about the topic and on Skinner's texts. It concludes that the analysis of private events proposed by Skinner: (1) has an interpretive nature; (2) refers, partly at least, to publicly unobservable events; (3) in some measure, employs introspection as a method; (4) to a certain extent, makes inferences about the private world of the other.Keywords: observation; Radical Behaviorism; Behavior Analysis; operationism; logical positivism.1 Endereço para correspondência: UFPR, Departamento de Psicologia. Praça Santos Andrade, 50. Curitiba, PR. CEP 80020-300. E-mail: aledittrich@ufpr.br.Muitos alunos de graduação em Psicologia, ao travar contato com os princípios do Behaviorismo Radical e da Análise do Comportamento, mostram-se confusos diante do que, aparentemente, constitui uma contradição. Uma das características básicas da filosofia behaviorista radical, afirma-se, é a plena aceitação dos eventos privados como objetos de estudo legítimos em uma ciência do comportamento, a despeito do fato de que tais eventos definem-se por serem publicamente inobserváveis. Por outro lado, na análise experimental do comportamento, o behaviorista radical, via de regra, evita qualquer recurso aos eventos privados -não está interessado no que os sujeitos...
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