RESUMOEstudo transversal e analítico que identificou estado nutricional, padrões alimentares e nível de atividade física em 276 adolescentes, com idade de 14 a 17 anos. O estado nutricional foi avaliado pelo Índice de Massa Corporal e a medida da Circunferência da Cintura. Para avaliar o consumo e as práticas alimentares, foi aplicado um questionário adaptado da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, de 2009. O nível de atividade física foi classificado de acordo com o International Physical Activity Questionnaire. Encontravam-se eutróficos 89,9% desta população e 27,2% apresentavam risco para doenças cardiovasculares. Foram identificados quatro padrões alimentares: saudável; ultraprocessado; cafeteria; ambiente escolar. Pertenciam ao padrão saudável 62,5% dos adolescentes com excesso de massa corporal e 56,2% dos adolescentes com risco cardiovascular. A maioria encontrava-se no nível de atividade física, que oferece menor risco para doenças cardiovasculares, independente dos padrões alimentares. Contudo, dados fornecidos na construção dos padrões alimentares e de inatividade reforçam a percepção de que esta população pode estar suscetível a doenças cardiovasculares na idade adulta, se mantiver as práticas atuais. INTRODUÇÃOA adolescência é um período crítico, de grandes mudanças físicas e psicológicas que ocorrem durante um curto período. Também é uma fase transitória e decisiva na consolidação de práticas alimentares e de estilo de vida que terão reflexos futuros (1) . Grandes mudanças corporais e alterações psíquicas, provocadas pelas transformações biológicas, induzem ao consumo de alimentos altamente calóricos, que promovem sensação de prazer e compensação psicológica. Esta também é uma época de pouca produtividade laboral e de extensos períodos de introspecção e recolhimento em espaços individuais, onde a maioria das atividades é de baixo consumo energético (2) . As mudanças no estilo de vida dos adolescentes podem induzi-los a diferentes tipos de distúrbios nutricionais, acarretando maior risco para o desenvolvimento, independentemente das influências genéticas, de doenças crônicas, incluindo a obesidade (1) .As transformações ocorridas nos padrões alimentares nas últimas décadas, como o aumento do consumo de açúcares simples, alimentos industrializados e ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, contribuem diretamente para o ganho de peso corporal. A redução progressiva da prática de atividade física, associada ao maior tempo dedicado às atividades de lazer de baixa intensidade, também exerce papel importante no ganho de peso dos adolescentes (3) . A inatividade física e o padrão alimentar não saudável fazem parte de um conjunto de fatores de risco modificáveis,com influência na carga de doenças não transmissíveis (4) , e que podem ser influenciados pelo ambiente escolar. Neste contexto, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) introduziu o trabalho obrigatório do profissional nutricionista na vivência escolar, com a intenção de que este profissional atue tanto na investigação, quanto na pr...
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