Introdução: Durante 6 meses do ano de 2021, fizemos parte de um projeto integrativo entre medicina e psicologia, que abordava relacionamentos tóxicos e autovalorização, voltado especialmente para mulheres. A psicologia e a saúde mental são temas de grande relevância em toda área da saúde, inclusive na medicina, tanto pelo fato de que se deve buscar tratamentos multidisciplinares, quanto pelo fato de que questões acerca da saúde mental são muito presentes no dia a dia do médico e nem sempre são abordadas suficientemente na graduação. O projeto contou com palestras, ministradas por psicólogas e rodas de conversa, totalizando 4 encontros. Apresentação da Experiência: A primeira palestra, abordou o tema de como reconhecer um relacionamento tóxico, ou seja, que traz prejuízos para o paciente; um relacionamento prejudicial não necessariamente é um relacionamento conjugal ou amoroso, podendo estar presente em relações familiares. Algumas das características mais prevalentes são, manipulação, pressão psicológica, críticas a aparência física ou atitude e violência verbal ou física. Ao longo dos meses seguintes, foram realizadas rodas de conversas, com mulheres que vivem ou viverem esse tipo de relação. O ambiente era acolhedor e as participantes se sentiram confortáveis para compartilhar experiências vividas. Os relatos foram importantes para uma reflexão acerca da influência desse problema na vida das pacientes, afetando inclusive sua saúde física. Por fim a última palestra, finalizando o projeto, ofereceu um panorama com estratégias para sair e evitar relacionamentos tóxicos. Um dos fatores para evitar esse tipo de situação é a valorização pessoal, onde o indivíduo percebe que merece afeto e valoriza a preservação de sua saúde psicológica e integridade. Outro ponto abordado foi como lidar com o luto após sair de uma relação onde possivelmente havia uma dependência emocional. Foi orientado pelas psicólogas responsáveis pelo projeto, estratégias para nós, estudantes de medicina, na abordagem dos pacientes, visando um ambiente confortável para que eles se sintam livres para contar qualquer situação de vulnerabilidade emocional. Muitas vezes, as vítimas desse tipo de relação, sentem vergonha da situação que se encontram, o médico deve deixar claro que aquele é um ambiente livre de julgamentos e que o principal objetivo é a promoção da saúde física e mental. Conclusão: As relações percebidas com a prática da medicina, além do acolhimento social do paciente que se encontra em estado de fragilidade emocional, são muitas. Além de desencadear possíveis doenças como depressão, ansiedade e crise do pânico, também podemos nos deparar com situações de vítimas de violência física e é muito importante o preparo para abordar essa temática, em qualquer serviço de saúde. Essa experiência foi fundamental para nossa formação acadêmica e um maior preparo para exercer a medicina. Pois agregou conhecimentos que serão utilizados no dia a dia da vida como acadêmicas de medicina, no estágio em unidade de saúde da família, no internato e futurame...