A sífilis em gestante constitui uma importante causa evitável de morbimortalidade neonatal. O objetivo do estudo foi estimar a magnitude e características de gestantes com sífilis atendidas em um hospital universitário da região oeste do Paraná. Foi realizado um estudo descritivo, conduzido com revisão de prontuários e fichas de notificação de gestantes diagnosticadas com sífilis, no período de 2010 - 2016. Os resultados referem-se a 121 casos, a taxa de detecção de sífilis em gestantes foi 5,96 casos por mil nascidos vivos. Mostrou-se mais frequente em mulheres com idade ≥ 20 anos e escolaridade ≤ 8 anos. O tratamento foi inadequado em 68,7% das gestantes e 14,9% dos recém-nascidos foram notificados com sífilis congênita. Recomenda-se melhorar a qualidade do pré-natal, dos registros de notificação e providenciar educação continuada para os profissionais de saúde.
Emphysematous pyelonephritis (EPN) is a rare acute necrotizing infection of the kidney and surrounding tissues, with gas in the renal parenchyma, collecting system or perirenal tissue. The bacterial etiology predominates; mainly Gram-negative bacilli; Candida spp. and C. albicans are rarely described. We describe a case of EPN caused by C. glabrata, sensitive to fluconazole in a young, hypertensive woman with undiagnosed diabetes mellitus (DM), with renal dysfunction upon admission; her abdominal CT scan found a volumetric increase in the left kidney, signs of gas collections and perirenal blurring. Despite the antimicrobial therapy instituted, due to clinical refractoriness, a double J catheter and subsequent total nephrectomy were indicated, with good postoperative evolution. Her uroculture showed C. glabrata sensitive to fluconazole, and the pathology study showed tubular atrophy and intense interstitial inflammatory infiltrate. Despite the serious, potentially fatal condition, we could control the infection and the patient recovered fully. Poor DM management is an important triggering factor, and it is of great relevance to identify the EPN through imaging exams due to the peculiarities of its clinical and potentially surgical management
Introdução: Em muitas situações, a aids não é vista como a primeira possibilidade entre os diagnósticos diferenciais. Por isso, neste caso, destaca-se a associação entre intoxicação por cumarínicos e infecção por vírus da imunodeficiência humana, desvendada na revisão de sistemas. Objetivo: Relatar caso clínico de aids concomitante à intoxicação por cumarínicos. Métodos: Estudo descritivo por meio da análise retrospectiva de prontuário médico eletrônico. Resultados: Mulher, 56 anos, diabética e hipertensa, foi internada com rebaixamento do nível de consciência devido a gengivorragia e hematúria maciças. Na ocasião, acompanhantes informaram que paciente fazia uso de varfarina por tromboembolismo pulmonar prévio e anti-inflamatórios por epigastralgia crônica. Ao exame, KPTT e RNI não coaguláveis firmaram o diagnóstico de intoxicação cumarínica, revertida com a administração de vitamina K. Após recobrar a consciência, foi realizada a revisão de sistemas, sendo descobertos emagrecimento de 40 kg em 8 meses, uso frequente de antibióticos por faringoamigdalites de repetição, úlceras em membros inferiores e em vulva. Durante o internamento, apresentou linfopenia, candidíase oroesofágica, além de flogose em joelho esquerdo, sendo diagnosticada artrite séptica tendo as úlceras em membros inferiores como porta de entrada. Baseado nesses achados, foi levantada a hipótese de imunossupressão, como vasculite ou neoplasia, porém o resultado da sorologia para vírus da imunodeficiência humana foi reagente e o diagnóstico final foi aids, tendo como doenças definidoras a síndrome consumptiva associada ao vírus da imunodeficiência humana e candidíase esofágica. A paciente recebeu alta hospitalar após evolução satisfatória do caso, para tratamento ambulatorial. Conclusão: Em enfermarias de clínica médica, diante de casos de manifestações clínicas que sugerem imunossupressão, o diagnóstico de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana deve ser uma das hipóteses diagnósticas. Além disso, fazem-se necessárias medidas de saúde pública que permitam o diagnóstico da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana de forma ambulatorial (como campanhas de rastreio e oferecimento do teste em qualquer consulta médica) antes que progrida para a aids.
Introdução: A manifestação extrapulmonar da tuberculose apendicular é uma entidade clínica rara, com uma incidência relatada de 0,1–0,6% dos casos, sendo a tuberculose do apêndice causando apendicite aguda ainda menos comum. A tuberculose é hoje a principal causa de óbito por doença infecciosa em pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana/aids, constituindo um problema de saúde pública em razão de sua morbimortalidade. Objetivo: Relatar caso clínico de coinfecção vírus da imunodeficiência humana e tuberculose apresentando-se como apendicite tuberculosa. Métodos: Estudo descritivo por meio da análise retrospectiva de prontuário médico eletrônico. Resultados: Homem de 23 anos foi admitido em pronto atendimento de hospital de referência apresentando queixas de calafrios, hiporexia, náuseas, vômitos e dor abdominal periumbilical com migração para fossa ilíaca direita, sugerindo apendicite aguda, sendo submetido a apendicectomia. Enquanto aguardava o resultado da biópsia, o paciente evoluiu com tosse seca, febre vespertina e emagrecimento. A tomografia de tórax revelou múltiplos pequenos nódulos, compatíveis com tuberculose miliar. A biópsia do apêndice revelou apendicite granulomatosa, com granulomas com necrose caseosa, teste de bacilos álcool-ácido resistentes positivo e pesquisa de fungos negativa. Em virtude das evidências clínico-patológicas, foi solicitada sorologia para vírus da imunodeficiência humana, com resultado reagente, assim como o Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas (1:64) e FTA-ABs. Instituíram-se terapia com benzilpenicilina (sífilis latente tardia) e esquema básico para tuberculose após duas semanas de iniciada terapia antirretroviral, visando minimizar risco de síndrome de reconstituição imune. Quatro meses após houve nova piora, com diagnóstico de tuberculose meníngea, prolongando o esquema de tratamento e com melhora clínica em tratamento ambulatorial. Conclusão: A suspeição clínica de tuberculose como diagnóstico diferencial de apendicite foi essencial para diagnóstico correto e tratamento oportuno do paciente. Uma vez que as infecções sexualmente transmissíveis comumente são diagnosticadas conjuntamente, reforçar políticas públicas de saúde que permitam o diagnóstico precoce do vírus da imunodeficiência humana antes do comprometimento imune severo é fundamental para prevenir infecções oportunistas e evitar a morbimortalidade desses pacientes.
Background: Amphotericin B deoxycholate (d-AmB) is a drug widely used in fungal infections. The adverse effects of this medicine may be acute (infusion-related) or late (cumulative dose-related). Objective: This study aims to evaluate the frequency of adverse reactions to amphotericin B deoxycholate (d-AmB) in adults in a University Hospital, describe the profile of drug use in the institution and evaluate the factors related to the development of reactions with the aid of data mining. Methods: A database with the characteristics of the patients and information about the adverse reactions was created. Then, data mining was performed with the aid of WEKA software. Results: Fifteen adult patients who had used d-AmB in the selected period were identified, being 60% male. The mean age was 41.8 years old. Only 6 patients concluded their treatments with d-AmB, the others had to interrupt the treatment due to some intercurrence. Among the acute phase reactions, the most frequent were vomiting, nausea, phlebitis, hyperthermia and headache, which were related to the drug infusion. As for subacute reactions, the most frequent were urea and creatinine elevation, and hypokalemia. 30 rules were identified after data mining: d-AmB longer-term use, even with normal initial creatinine and urea, they had a greater number of acute reactions; patients with no creatinine change during d-AmB treatment had less subacute reactions; higher number of nephrotoxic drugs use, in those with increased creatinine, they presented a greater number of subacute reactions. Conclusions: The results demonstrate that there is a relation between the time of use and the greater number of adverse reactions. This safety data help clinicians to make decisions.
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