A comunidade científica tem reconhecido a necessidade e a importância de investimentos de pesquisas na área da saúde dos adolescentes. Este artigo se propõe a discutir a relação entre saúde e escola na percepção dos profissionais que trabalham com adolescentes na atenção primária à saúde no Distrito Federal (DF). Foram entrevistados 13 profissionais de saúde que atendem adolescentes, e atuam no Programa de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes (PRAIA), em dois centros de saúde onde funcionava o Programa, localizados nas duas regiões de menor IDH do DF. Essas foram transcritas e submetidas à análise construtiva-interpretativa, que permitiu a construção de duas zonas de sentido, assim denominadas: 1) a saúde precisa ir à escola, mas estamos paralisados; 2) o desconforto dos profissionais com a forma como as demandas são formuladas pela escola. Essas revelaram que existe uma grande dificuldade de integração entre os profissionais das áreas de educação e saúde. Os principais obstáculos apontados concentram-se no excesso de burocracia, na falta de tempo, escassez e sobrecarga dos profissionais e o despreparo para construir ações integradas, tanto da saúde quanto da educação. Apesar da existência de políticas pú-blicas que preconizam a ação conjunta de diferentes esferas do governo, no caso a saúde e a educação, tendo como centro o adolescente, ainda precisam ser incorporadas pelos profissionais. Assim, a pesquisa constatou o distanciamento temporal entre os documentos oficialmente instituídos e a criação de uma cultura local entre gestores e profissionais que estão na execução. Palavras-chave: Serviços de Saúde do Adolescente; Educação; Políticas públicas.
Este estudo visou investigar fatores sociais e pessoais que possam servir como proteção a adolescentes e jovens em situação de risco social e pessoal. Os participantes foram 852 adolescentes e jovens, cursando o ensino médio em escolas públicas do Distrito Federal, com idade entre 13 e 27 anos, que responderam a um questionário com 109 questões sobre risco e proteção em seu desenvolvimento. Os resultados enfocam as redes de proteção (família, escola, amigos) e os fatores pessoais (auto-estima, religiosidade-espiritualidade). Os adolescentes e jovens apresentam processos de resiliência global (social, emocional e acadêmica), evidenciando a confiança em si mesmos e na rede composta por escola, família e amigos. A análise dos dados enfatiza a compreensão contextual da adolescência e juventude no Brasil e a necessidade de implementação de políticas públicas para essas populações que permitam o exercício e a significação de suas experiências positivas e protetivas.
O estudo investiga a perspectiva de adolescentes e jovens acerca de suas concepções de saúde e doença mental. Compreende-se que o processo de construção da saúde-doença é influenciado pela perspectiva individual, familiar e sociocultural. Participaram do estudo 1163 jovens de ambos os sexos, com idade média de 15,84 anos. Utilizou-se como instrumento um questionário autoaplicável, formulado em estudo anterior com jovens suíços de língua portuguesa. Investigaram-se as concepções de saúde e doença mental, dentre outros aspectos do tema. Nos resultados, observaram-se aspectos da visão holística e do modelo tradicional de saúde mental. A doença mental foi caracterizada como uma desordem emocional, revelando a influência das experiências internas e relacionais na concepção de adoecimento mental. Diferenças de nível socioeconômico foram observadas nas concepções de saúde e doença mental.
Resumo: Este estudo teve por objetivo investigar e discutir situações de risco psicossocial em adolescentes do Distrito Federal tomando por base a Teoria dos Sistemas Ecológicos. Foram aplicados 852 questionários em adolescentes de escolas públicas do DF, localizadas em regiões previamente selecionadas e com indicadores de risco psicossocial. Os resultados mostram que a violência, as tentativas de suicídio, a presença de drogas e a sexualidade são fatores de risco para os jovens. Contudo, estes adolescentes têm desenvolvido estratégias efetivas para a promoção de sua saúde, como o uso de preservativos nas relações sexuais, a convivência familiar cotidiana, a expectativa de apoio de vizinhos e líderes comunitários. Percebe-se que esta pode ser uma realidade específica do DF e salienta-se a necessidade de construção de Políticas Públicas que beneficiem as questões de prevenção à violência intrafamiliar, e também a obtenção de sustentabilidade econômica destes jovens.Palavras-chave: Adolescência; Risco Psicossocial; Violência; Estratégias Protetivas; Políticas Públicas. RISK FACTORS IN ADOLESCENCE: DATA FROM DF/BRAZILAbstract: This study had as objectives to investigate and to discuss the risk situations for adolescents from the Distrito Federal, Brazil, based on the Ecological Theory Approach. 852 questionnaires were applied in adolescents from the public schools of the DF, localized in some regions previously identificated as in risk situation. The data show that the violence, the suicide attempt, the presence of drugs and the sexuality are indicators of risk. Nevertheless, the same data show that these adolescents are capable of developing protective strategies to the promotion of their health such as condom use in their sexual relationships, family daily contact and support expectation from the neighborhood. On observe that hese data can be specific from the DF but it is necessary to create and to apply Public Politcs related to the domestic violence prevention and to the economical support to this young people.
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