Resumo:Estudos que utilizam séries temporais são realizados em diversas áreas do conhecimento, como: economia, geofísica, geodésia etc. Dados específicos são associados a cada área supracitada, possibilitando efetuar análises sobre as séries, e avaliar as influências temporais de diversos fatores que interferem nos dados. No âmbito da geodésia espacial, vários estudos são desenvolvidos, de forma direta ou indireta, sobre séries temporais de dados posicionais (coordenadas), permitindo investigar a influência, por exemplo, da ionosfera, da troposfera, da geodinâmica etc. No entanto, a construção de uma série temporal posicional apresenta alguns empecilhos, que tornam esse procedimento moroso e, em muitos casos, inviável. Diante do exposto, esse trabalho tem como objetivo apresentar a metodologia desenvolvida e implementada no software RINEX EDITION, para a geração de séries temporais posicionais. Como resultados, geraram-se duas séries temporais posicionais (coordenadas cartesianas X, Y, Z; elipsoidais φ, λ, h e as precisões de ambas), considerando um período de aproximadamente cinco anos e meio (5,5 anos), para duas estações da RBMC, utilizando o serviço de posicionamento IBGE-PPP. Uma comparação preliminar entre as séries das altitudes geométricas (h) e as séries de dados fluviométricos da Agencia Nacional de Águas (ANA) também foi efetuada, apresentando a influência da carga hidrológica na altitude geométrica.Palavras-chave: IBGE-PPP, Séries Temporais, RINEX EDITION, Carga Hidrológica. Abstract:Researches that use time series are done in several fields of studies, like economy, geophysics, geodesy, etc. Specific data are associated to each field of study, making possible to do analyses
A ionosfera é uma das principais fontes de erros sistemáticos no posicionamento com GPS para usuários de receptores de uma frequência. O principal parâmetro para descrever o efeito ionosférico é o TEC (Total Electron Content - Conteúdo Total de Elétrons), que não é constante e não varia de forma regular. Como a densidade de elétrons na ionosfera depende da atividade solar, a análise do comportamento de índices solares como o número de manchas solares e o fluxo solar a 10,7cm também se mostra pertinente para uma visão mais abrangente do comportamento da ionosfera e de sua influência no posicionamento com GPS. Este trabalho objetiva avaliar a influência da ionosfera e da atividade solar na acurácia do Posicionamento por Ponto Preciso (PPP) utilizando observáveis GPS/L1 através de séries temporais. Diante dos resultados obtidos, foi possível observar uma forte correlação entre as séries do VTEC e das manchas solares, variando entre 58,2% e 75,9%, e do VTEC e do F10,7 variando entre 64,3% e 82,1%. Ademais, verificou-se uma forte influência do VTEC na acurácia planimétrica das estações BOAV e VICO - correlação de 71,7% e 63,7%, respectivamente. Entretanto, essa influência na acurácia altimétrica obteve valor máximo de 50,8% nas estações analisadas.
No Posicionamento por Ponto Preciso (PPP), as coordenadas estimadas na época do levantamento são referenciadas à materialização do sistema de referência global utilizada nas órbitas dos satélites, atualmente IGb14 (época de coleta dos dados). No entanto, sistemas geodésicos regionais são utilizados em diferentes países, como no Brasil, que adota o SIRGAS2000 (época 2000,4). Uma forma de lidar com estas diferenças, é a utilização da transformação de Helmert em conjunto com um modelo de velocidades para a compatibilização tanto do referencial, quanto da época. Nesse contexto, esta pesquisa tem como primeiro objetivo avaliar o impacto da compatibilização do referencial de velocidades no processo da atualização de coordenadas no PPP. Utilizou-se dados GNSS em formato RINEX de 175 estações da RBMC processados com o serviço online IBGE-PPP. Diante dos resultados encontrados, pôde- se verificar que a compatibilização de referencial das velocidades se mostrou eficaz para o processo de atualização das coordenadas obtidas no IBGE-PPP. Das 1513 coordenadas calculadas com cada uma das quatro velocidades testadas, em 62,92% dos casos, a VEMOS2009-CCR (com compatibilização de referencial – CCR) apresentou menores discrepâncias, seguida pela VEMOS2017-CCR com 29,54%, VEMOS2009-SCR (sem compatibilização de referencial – SCR) com 7,21% e VEMOS2017-SCR com 0,33%. Em relação à diminuição das discrepâncias após a compatibilização de referencial das velocidades, verificou-se que, para o VEMOS2009, 85,86% das coordenadas apresentaram uma menor discrepância após a atualização. Já para o VEMOS2017 essa diminuição ocorreu em 98,61% das coordenadas. Outro objetivo desta pesquisa foi avaliar o potencial da realização do procedimento de atualização temporal de coordenadas com a aplicação de multivelocidade, isto é, atribuindo ao mesmo ponto de interesse mais de uma velocidade, sendo cada uma utilizada em períodos específicos do procedimento. Idealmente, essas velocidades são estimadas através de séries temporais do ponto de interesse, com pelo menos dois anos cada, e que somadas compreendam todo o período da atualização temporal desejada. Utilizando dados de cinco estações dos Estados Unidos e cinco estações do Brasil, calculou-se a discrepância planimétrica e altimétrica (em relação às coordenadas de referência) resultante da atualização das coordenadas por períodos de 8 e 10 anos. Considerando os resultados obtidos, pôde-se observar que para as estações do Brasil as multivelocidades proporcionaram resultados planimétricos melhores (ou similares) quando comparados àqueles obtidos com as monovelocidades. Entretanto, esse cenário não se repetiu para a as estações dos Estados Unidos. De forma geral, nas dez estações analisadas fica evidente a consistência dos resultados obtidos pelas multivelocidades estimadas a partir de séries temporais posicionais com períodos de 5 ou 4 anos, majoritariamente milimétrica, seja em uma atualização de 8 ou 10 anos, em estações localizadas perto ou distantes das bordas das placas ou sob fortes efeitos de cargas hidrológicas. Quando comparada aos modelos VEMOS2009, VEMOS2017, ITRF2000 e NUVEL-1A, amplamente utilizados pela comunidade acadêmica e por profissionais da área, a atualização com multivelocidade se mostrou eficaz, apresentando inclusive resultados melhores que os de modelos regionais como o VEMOS2009, utilizado pelo IBGE-PPP. Palavras-chave: GNSS. IBGE-PPP. Multivelocidade. Série temporal.
No Posicionamento por Ponto Preciso (PPP), as coordenadas estimadas na época do levantamento são referenciadas à materialização do sistema de referência global utilizada nas órbitas dos satélites, atualmente IGb14 (época de coleta dos dados). No entanto, sistemas geodésicos regionais são adotados em diferentes países, como no Brasil, que adota o SIRGAS2000 (época 2000,4). Uma forma de lidar com estas diferenças, é a utilização da transformação de Helmert em conjunto com um modelo de velocidades (que também possui um sistema de referência) para a compatibilização tanto do referencial, quanto da época. Este trabalho tem como objetivo avaliar o desempenho dos modelos VEMOS2009 e VEMOS2017 na aplicação do procedimento de redução de coordenadas para o posicionamento GNSS de alta precisão, considerando ou não a compatibilização do referencial das velocidades obtidas. Utilizou-se dados GNSS em formato RINEX de 175 estações da RBMC processados com o serviço online IBGE-PPP. Diante dos resultados encontrados, pôde-se verificar que a compatibilização de referencial das velocidades se mostrou eficaz para o processo de redução das coordenadas obtidas no IBGE-PPP. Das 1513 coordenadas obtidas com cada uma das quatro velocidades, a VEMOS2009-CCR apresentou 62,92% das menores discrepâncias, seguida pela VEMOS2017-CCR com 29,54%, VEMOS2009-SCR com 7,21% e VEMOS2017-SCR com 0,33%. Em relação à diminuição das discrepâncias após a compatibilização de referencial das velocidades, verificou-se que, para o VEMOS2009, 85,86% das coordenadas apresentaram uma menor discrepância após a atualização. Já para o VEMOS2017 essa diminuição ocorreu em 98,61% das coordenadas.
O IBGE-PPP, serviço de Posicionamento por Ponto Preciso (PPP) online, estima coordenadas originalmente referenciadas às materializações do ITRF (IGS) e então as compatibiliza para o SIRGAS2000 com a aplicação da transformação de Helmert e seus respectivos parâmetros de transformação. Em 17 de maio de 2020 o IBGE-PPP passou a utilizar um novo conjunto de parâmetros (P2), descontinuando o conjunto antigo (P1). Nesse contexto, este trabalho se propõe a avaliar os impactos dos novos parâmetros na compatibilização de referenciais e redução de coordenadas utilizados pelo IBGE-PPP, fundamentando-se em análise de séries temporais de dados de duas estações da RBMC, NAUS e AMCO. Analisando as séries temporais SIRGAS2000 compatibilizadas com P1 (SCP1) e P2 (SCP2) para as duas estações, observou-se que as séries de componentes norte (Δn) SCP1 apresentaram mudanças de nível (diferenças) de aproximadamente ±0,017 m e –0,013 m em relação a SCP2, nos períodos referentes às materializações do ITRF2005 (IGS05) e ITRF2014 (IGS14). As séries de componentes leste (Δe) e vertical (Δu) SCP1 também apresentaram diferenças quando comparadas à SCP2, porém com magnitudes entre 0,001 m e 0,006m e 0,004 m e 0,012 m, respectivamente. Considerando os conjuntos de parâmetros de transformação entre as materializações ITRF (IGS) e SIRGAS2000, pôde-se observar que as séries SCP2 apresentaram resultados mais consistentes quando comparadas às séries SCP1, diminuindo os impactos causados pelas trocas de referenciais ocorridas ao longo do tempo. Ademais, as séries SCP2 foram compatíveis com as séries referenciadas ao ITRF2014 (IGS) ao nível menor ou igual a 0,002 m.
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