A geologia da região do Complexo Industrial e Portuário de Suape é constituída basicamente por riolitos, traquitos, basaltos, (Suíte Ipojuca), embasamento cristalino (Rochas Metamórficas do Complexo Belém do São Francisco e as rochas graníticas neoproterozoicas), conglomerados, arenitos arcoseanos e siltitos (Formação Cabo), calcários (Formação Estiva), conglomerados, arenitos e argilitos (Formação Barreiras) e depósitos sedimentares quaternários. O objetivo principal desta pesquisa foi identificar os minerais presentes na fração fina (< 4μm) dos sedimentos superficiais de fundo da região estuarina de Suape, permitindo discutir a proveniência destes. Foram coletadas 13 amostras em estações de amostragem estrategicamente dispostas na área de estudo, visando uma melhor representatividade da região estuarina. Posteriormente foi analisada a fração fina destas amostras por difratometria de Raios-X, através da varredura pelo método de Pó (Debye-Scherrer), com faixa entre 2 a 50 f. Os resultados identificaram a presença de quartzo, muscovita, calcita e ortoclásio, além de caulinita e esmectita. Quartzo e caulinita destacam-se como as fases minerais dominantes na região estudada, predominando em todas as amostras. A distribuição do quartzo foi condicionada pelos tributários que atravessam distintas formações geológicas, pela hidrodinâmica dos estuários, que favorece a acumulação deste mineral, e pelo retrabalhamento dos materiais das margens. A fonte da caulinita provavelmente são as rochas sedimentares da Formação Cabo, Formação Barreiras, rochas do embasamento cristalino e vulcânicas. Das amostras investigadas, 38 % apresentam calcita, que provavelmente tem sua origem relacionada à ocorrência das rochas sedimentares carbonáticas da Formação Estiva (Ilha de Cocaia). Alternativamente a calcita pode ter uma origem bioclástica, preferencialmente nas amostras coletadas nas proximidades da Baía de Suape e do Rio Tatuoca. Muscovita foi encontrada em 54% das amostras dos sedimentos estudados, e tem sua possível origem no intemperismo das rochas granítico-gnáissicas e rochas graníticas neoproterozoicas do embasamento cristalino presente a oeste da área de estudo. Ortoclásio foi encontrado em apenas uma amostra, que foi coletada na região próxima ao embasamento cristalino, do qual possivelmente foi originado. Esmectita foi encontrada nas imediações do Canal Retificado e no Riacho Ilha da Cana, ocorrendo em aproximadamente 23% das amostras. As possíveis fontes da esmectita na área de estudo estão relacionadas provavelmente à alteração de feldspatos constituintes das Formações Cabo e Barreiras e embasamento cristalino. Conclui-se que entre dos argilominerais encontrados na pesquisa, a presença das esmectitas coincide com local de maior potencial de retenção de metais pesados, tendo sido revelado a ocorrência na estação ao norte do Canal Retificado.
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