A aplicação da micromorfologia na análise de sedimentos pode revelar características importantes em matrizes de natureza arqueossedimentar. Tais formações podem ser genericamente classificadas conforme a sua origem predominante em: depósitos geogênicos, biogênicos ou antropogênicos. Este trabalho visa demonstrar os resultados da composição da matriz arqueossedimentar da Lapa do Niáctor por meio da micromorfologia, sob a luz de três hipóteses para sua gênese: 1- sedimentos aluviais do vale do rio Taquaraçu, 2-regolitos e/ou colúvios ou 3-por resíduos deixados pelos antigos ocupantes, que freqüentaram o abrigo entre 11.000 a 9.000 anos atrás (datações calibradas). E assim, analisando as imagens das lâminas, os resultados indicaram que a matriz foi formada predominantemente por cinzas de fogueiras intercaladas por pequenas lentes de terra queimada, indicando que as populações paleoamericanas em Minas Gerais possuíam amplo manejo do fogo.

Este artigo tem por objetivo fazer algumas reflexões sobre o papel dos mediadores na educação patrimonial, mais especificamente em relação ao contexto do patrimônio arqueológico. Essa é uma problemática importante e bastante atual, tendo em vista duas questões que devem ser colocadas: a falta de conhecimento sobre o conceito de Arqueologia por grande parte da população brasileira e a falta de uma adequada mediação para estabelecer o contato direto do público com o patrimônio arqueológico durante as atividades ligadas aos programas de educação patrimonial. O potencial das Unidades de Conservação, enquanto espaços alternativos para desenvolver tais ações educativas, também está colocado neste artigo.